
Talvez mais do que outro instrumento musical, o guitarrista de hoje embebe a música de diversos gêneros musicais. O instrumento tem sido um esteio de expressão, do folk, country e blues ao jazz e rock, com um pouco de clássico tecido na mistura. Pensando sobre isto, a tarefa de se desenvolver como um guitarrista tem causado intimidação diante destas bases musicais a cobrir.
Com “People Music” o celebrado guitarrista Randy Johnston demonstra que não só tem sido exposto profundente a essas formas, mas que ele é verdadeiramente hábil na exploração do melhor de cada um. O CD é uma eminente demonstração, generosamente apresentada pelo virtuosismo técnico e improvisacional de Johnston, bem como de sua arte composicional.
Original de Detroit, um poço de formas musicais, Johnston desenvolveu-se a partir dos 13 anos em Richmond, Virginia. O caldo de soul-funk-jazz da Motown misturado com suas experiências do blues do Sul, resulta no desenvolvimento de um talento extraordinário. Um excelente acompanhante, ele gravou com artistas como Ira Sullivan, Houston Person, Joey DeFrancesco, Etta Jones, e outra fera, Johnny Griffin.
A técnica de jazz de Johnston é encrespada, altamente direta e focada .Suas linhas mais extensas entrelaçam-se com curtas pulsações explosivas e sua técnica nunca obscurece o conteúdo musical. E quando o fenômeno do órgão,Pat Bianchi, junta-se a ele com seu som objetivo do B3 , o resultado é jazz tingido pesadamente de blues. A parceria de Johnston com Bianchi é brilhante, com a significante proficiência técnica de cada um. O timbre da firme pegada de Johnston nas cordas com o uso do pedal de Bianchi e o ataque das mãos é um encanto. A faixa de abertura "Garden State" apresenta um enfoque mais martelado, enquanto o blues dançante "Nostalgia for What Never Was" adverte o que está no centro e que no sangue de Johnston corre o blues. A sedutora "Chavez" metrificada em sextuplo é mais cerebral que as outras faixas , e permite a Johnston e Bianchi se espalhar de forma modal.
Johnston oferta dois vocais suportados pelo órgão com "Parchman Farm" de Mose Allison e "Trouble". Entretanto o vocal de Johnston não supera seu excelente toque na guitarra (como poderia?). Estas músicas oferecem uma alegria mundana com toques à la Ray Charles. O estilo de Johnston para o rock-blues segue Wes Montgomery e George Benson com seu trabalho de oitavas nos seus solos. "Everyday Heroes" tem uma espécie de sentimento de “tire o sapato e sente no cais".
O baterista Carmen Intorre, Jr. incrementa "Humpty Dumpty" de Chick Corea, o agitador do trabalho, antes Bianchi decola e demonstra que pode suingar e desenvolver convincente e soberbamente ideias improvisacionais ao estilo de Giant Step. Intorre é sábio o bastante para dar suporte a estes mestres sem pisar nos seus calcanhares. "Cold Duck Time" de Eddie Harris, um clássico roqueiro por certo, revisita com alegria e encerra este ótimo trabalho.
“People Music” tem uma sinceridade sobre a firmeza do ápice. O toque é absolutamente de primeira classe e altamente acessível. E há um sólido respeito pelo jazz e blues. Após tudo, aqueles gêneros desenvolvidos a partir de "people music" e as pessoas que aqui atuam o fazem com respeito, gosto e completa energia de sentimento.
Faixas: Garden State, Nostalgia for What Never Was, Parchman Farm, Chavez, Everyday Heroes, Trouble, Humpty Dumpty, Paing By, Cold Duck Time.
Músicos: Randy Johnston: guitarra, vocal (3, 6); Pat Bianchi: Hammond Organ; Carmen Intorre, Jr. bateria.
Gravadora: Random Act Records
Estilo : Straightahead/Mainstream
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo :
http://www.youtube.com/watch?v=xrbvRTL-W3Y
Fonte : All About Jazz / Nicholas F. Mondello
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