Foram pouco mais de 20 anos de maturação até que ficasse pronto o disco Pingue-pongue (Delira Música), que reúne os violonistas paulistanos Paulo Bellinati e Cristina Azuma. Apesar de tanto tempo trabalhando juntos em shows e produções e gravações de discos, este é o primeiro álbum dos dois, que tiveram cerca de 10 anos de turnês pelo mundo para conceber e aprimorar o repertório de valsas e choros tradicionais e composições próprias. Uma das principais características do novo trabalho, enfatiza Paulo Bellinati, é a pureza de som, que remete à escola clássica do violão, mas sem que isso resultasse em “engessamento” estético.
Gravado em São Paulo há dois anos, o disco tem 12 faixas, cinco de autoria de Bellinati: Pano de louça, Um amor de valsa, Jongo, Pingue-pongue e Valsa brilhante. Jongo é uma de suas principais composições, tendo caído no gosto de gente como os irmãos Assad, Leo Brouwer e John Williams depois de gravada pelo grupo Pau Brasil em 1982 e no primeiro disco da própria Cristina Azuma, em 1986. Já a faixa-título destaca-se por ter sido composta em forma de cânone, ou seja, com duas melodias iguais tocadas com pequena diferença de tempo, como a clássica Frère Jacques. De Cristina Azuma há a Canção (com Regina Albanez) e Mon frére. “Acho essa última uma música muito interessante, espécie de maracatu mediterrâneo. É um outro lado do violão moderno brasileiro. É um disco hiperbrasileiro, apenas com pinceladas de outras referências”, avalia. O repertório fica completo com duas peças de Garoto (Lamentos do morro e Quanto dói uma saudade), Canhoto (Abismo de rosas), Honorino Lopes (Língua de preto) e Tom Jobim (Amparo).
Fonte: Eduardo Tristão Girão, Estado de Minas, via Clube de Jazz
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