playlist Music

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MARTIAL SOLAL - I CAN´T GIVE YOU ANYTHING BUT LOVE (Cam Jazz)




“Esta noite é muito importante porque nós gravaremos o show. Eu tenho que ser bom e vocês também ", Solal brinca com a plateia do Village Vanguard, em Nova York, porém não seria surpreendente se o pianista sentisse alguma pressão. As poucas aparições que Solal tem feito nos Estados Unidos estão causando surpresas, considerando que é um dos maiores pianistas da história do Jazz.



Solal, nascido na Argélia em 1927, tem trabalhado a maior parte de sua vida em Paris com um variado grupo de colaboradores, incluindo Hampton Hawes, Lee Konitz, Johnny Griffin, Django Reinhardt e Sidney Bechet. Ele tem composto para cinema. Sua trilha sonora para “Breathless (1960)” de Jean Luc Godard é a mais conhecida. Gravado em 12 de Outubro de 2007, “Live at the Village Vanguard: I Can't Give You Anything But Love “ é um disco solo de Solal, sendo a melhor maneira de conhecer o pianista .



Como um comediante solitário, o pianista solo tem que ser corajoso, já que não há nenhum lugar para se esconder. Parte da bravura de Solal está no uso de standards, em vez de sovar sua audiência com sua improvisação ele utiliza músicas familiares para ela. Muitos compreenderão a estrutura, compreendendo onde ele está indo e quão engenhoso está sendo. Um dos principais encantos de Solal está nas suas variações em um tema com a amplitude e criatividade em suas improvisações tal qual um cristal puro. Solal apresenta um standard como "Loverman" como um presente embalado complexamente com torturantes vestígios para sua identificação. Ele é um ilusionista que ,uma vez revelado o objeto de uma improvisação, continua surpreendendo .




Quebrando uma composição dentro de um mosaico que ele, então, reharmoniza, a mão esquerda assume a linha do baixo e com a direita torna o clima animado, antes de Solal apresentar seu próprio labirinto, não dessemelhante a um prelúdio de Debussy.


Inteligente e com uma técnica formidável, o trabalho de Solal não tem tido grandes mudanças desde as suas primeiras gravações nos anos 50. A comparação é óbvia com Art Tatum,entretanto a sensibilidade europeia de Solal é preferível às variações de Tatum para os standards, que entretanto são tecnicamente deslumbrantes, e são evidentes, utilizados outras vezes e raramente surpreendentes. Solal aproxima-se mais de uma sala de concerto do que de uma sala de um bar. Estas são quase variações clássicas. Ele está liberto, deliciando-se com seus próprios conceitos. Liberdade que pode parecer fria , mas Solal não é um músico emocional , porém ,em vez disto, um improvisador calculista.



Solal realmente não quer uma audiência. Em vez disto ele quer cúmplices com senso de humor. Uma das coisas surpreendentes desta sessão é a gargalhada, não a partir de uma piada verbal , mas do conjunto musical. Inesperadamente fica claro que o jazz raramente faz as pessoas gargalharem , sorrirem, às vezes, mas "Have You Met Miss Jones" começa e termina com uma gargalhada. A caprichosa figura com que Solal inicia parece sugerir que "Miss Jones" é uma irascível jovem mulher.

Como todo trabalho solo de Solal, “Live at the Village Vanguard: I Can't Give You Anything But Love” é sobre improvisação, arrojo, destreza, adorno, esperteza, excelência, divertimento, e sobretudo, magnificência


Faixas: Intro 1; On Green Dolphin Street; Lover Man; I Can't Give You Anything But Love; Centre De Gravite; Ramage; 'Round Midnight; Have You Met Miss Jones; The Last Time I Saw Paris; Intro 2; Corcovado.



Fonte : All About Jazz / Jack Kenny

Nenhum comentário: