playlist Music

domingo, 22 de janeiro de 2012

OMAR SOSA & PAOLO FRESU FEATURING JACQUES MORELENBAUM – ALMA (2012)




Tentar manter a tranquilidade com os projetos musicais do pianista Omar Sosa ou do trompetista Paolo Fresu é quase uma busca atlética. Chamá-los de prolíficos ainda é moderado, porém o que mais impressiona não é a quantidade de música que gravam, mas a qualidade dos lançamentos. Ambos têm mergulhado em um eterno manancial de criatividade, que desconcerta a maioria dos artistas com uma capacidade para evocar os espíritos sonoros.



O primeiro encontro deles ocorreu em 2006 quando Sosa convidou Fresu para uma performance, que resultou em “Promise (Skip, 2007)”, uma gravação ao vivo do quarteto de Sosa ,Fresu e do flautista cubano Leandro Saint-Hill. Dois anos mais tarde, a dupla excursionou pela Itália e a experiência aprofundou seus laços musicais, selando a parceria para gravar em duo. “Alma” é um mix mundano de música que encontra o equilíbrio entre a inclinação da modernidade europeia de Fresu inspirada no estilo melancólico de Miles Davis e a inimitável exploração de Sosa da Diáspora afro-latina.


A maioria das músicas é convenientemente apresentada com propulsão pouca intensa, mas com conteúdo altamente emocional. O uso da percussão e ornamentos eletrônicos em determinadas peças com a ocasional presença do cellista Jaques Morelenbaum, que foi o arranjador de “Ceremony (Otá, 2010)” de Sosa , dá ao projeto um senso de profundidade e variedade, mas a união destas almas musicais espiritualmente conectadas já seria o bastante para produzir magia, tivesse sido um disco simples de piano/trompete.



Enquanto Sosa serve como a principal força composicional do álbum, duas das três contribuições de Fresu—a edificante "S'lnguldu" e a suave "Rimanere Grande!"— suportam o processo. O material mais agitado é o triunvirato de consecutivas composições de Sosa. Morelenbaum, Fresu e Sosa criam uma celestial mistura na serena faixa título, que inicia em um local tranquilo e chega em um firme espaço latino, enquanto equilibra melancolia e grandiosidade em ""Crepuscolo". "Angustia", um número em duo, que aparece intercalando essas faixas , prova ser a mais intensa e excitante canção do álbum.



A dupla demonstra ser agradável, mas as duas músicas compostas em conjunto por eles não ressaltam essa conexão , e são as mais fracas do álbum, com "No Trance" soando como um rebento dos menos interessantes experimentos de Miles Davis dos anos 80 e "Medley Part I: Niños" não vai realmente a lugar algum. Entretanto, o resto do material é pura magia. Cada artista traz algo diferente e especial para outras composições, e eles compartilham o retrabalho de "Under African Skies" de Paul Simon sublimemente, vindo como um aura imaginativa entre Davis, Bobby McFerrin, Jacqueline du Pré e Abdullah Ibrahim.



Enquanto está claro que eles se movimentaram para pontos desconhecidos, com “Alma” eles criaram um trabalho de arte cheio de vida, amor e sentimento. Esta música merece ser saboreada.

Faixas: S'lnguldu; Inverno Grigio; No Trance; Alma; Angustia; Crepuscolo; Moon On The Sky; Old D Blues; Medley Part I: Niños; Medley Part II: Nenia; Under African Skies; Rimanere Grande!.

Músicos: Paolo Fresu: trompete, flugelhorn, percussão, multi-efeitos; Omar Sosa: piano, Fender Rhodes, MicroKorg, samplers, multi-efeitos, percussão, vocais; Jacques Morelenbaum: cello.


Gravadora : Ota Records



Estilo: Latin/World



Fonte : All About Jazz /Dan Bilawsky

Nenhum comentário: