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domingo, 25 de março de 2012

BRAD MEHLDAU TRIO - ODE (2012)



“The Art of the Trio: Recordings 1996-2001 (Nonesuch, 2011)” possibilitou uma oportunidade para reavaliar a rápida trajetória de Brad Mehldau, não obstante o trio que o firmou como um dos mais importantes pianistas das duas décadas passadas ter se desfeito.Se a substituição de Jorge
Rossy em 2005 pareceu abrir mais os horizontes do trio, talvez por possibilitar ao baterista Jeff Ballard conversações mais assertivas, como demonstrado em "Knives Out", a primeira faixa da estreia do novo trio de Mehldau no álbum “Day is Done (Nonesuch, 2005)”. É um sentimento imediatamente reafirmado em "M.B." a abertura de “Ode”, a primeira gravação em trio de Mehldau desde a gravação de “Live (Nonesuch, 2008)”.

Embora o trio tenha sido o principal foco de Mehldau na primeira década de sua carreira, nos sete anos passados ele tem se ocupado em uma multiplicidade de contextos, de perfomances solo como o estelar “Live in Marciac (Nonesuch, 2011)” e o ambicioso “Highway Rider (Nonesuch, 2010)”, com uma natureza mais abrangente como a colaboração com o guitarrista Pat Metheny em “ Metheny Mehldau (Nonesuch, 2006)” e “Quartet (Nonesuch, 2007)”, e seu mais
recente trabalho com o pianista Kevin Hays e o compositor/arranjador Patrick
Zimmerli em “Modern Music (Nonesuch, 2011)”. Se o trio de Mehldau se apresenta pouco e grava como menos frequência nestes dias , isto significa que qualquer lançamento é para ser ansiosamente esperado, e “Ode” não desaponta.
“Ode” representa o primeiro trabalho de Mehldau realizado inteiramente com composições originais para o trio desde o canto do cisne de Rossy,” House on Hill (Nonesuch)”,lançado
em 2005, mas em grande medida gravado em 2002. A década passada significa considerável crescimento para Mehldau como compositor, que cobre amplo território, da vibrante abertura dedicada ao falecido saxofonista Michael Brecker ao funk solto de "Dream Sketch", que reflete o contínuo interesse pela forma da canção, que compeliu Mehldau a interpretar grupos e artistas como Radiohead e Nick Drake em gravações anteriores. Isto não significa que Mehldau perdeu a visão sobre a tradição do jazz:o tortuoso e adequadamente intitulado "Bee Blues", com a alusão às idiossincrasias de Thelonious Monk, apresenta Larry Grenadier, o baixista escolhido por Mehldau desde 1995; enquanto a incendiária "Stan the Man" suinga em um tempo quase impossível apresentado sem esforço por Grenadier e Ballard, com o pianista torneando os seus mais impressivos solos do álbum, executando uma série de passagens ofuscantes, em uníssono, com as duas mãos.
A capacidade de Mehldau para executar movimentos com as duas mãos , aparentemente impossíveis possibilita uma flexibilidade composicional . Conduzida pela percussão das mãos de Ballard, "Twiggy" soa como dois pianistas,porém qualquer pessoa que assistiu ao DVD “Live in Marciac” conhece o trabalho de uma simples atuação de duas mãos. Poucos baixistas são
tão instantaneamente reativos como Grenadier, e em circuitos mais abertos em rubato "Wyatt's Eulogy for George Hanson", que no final das contas decompõe completamente o repertório do trio de Mehldau. A inestimável empatia do grupo é o que o faz importante e influente. Mehldau não deve fazer mais do seu trio seu foco primário, mas com “ Ode” , ele torna cristalino que sua
permanência continua vital, com lançamentos menos frequentes , que servem para brilhantemente destacar os saltos que Mehldau,Grenadier e Ballard dão, individual e coletivamente, ano após ano.

Faixas:M.B.; Ode; 26; Dream Sketch; Bee Blues; Twiggy; Kurt Vibe; Stan the Man;
Wyatt's Eulogy For George Hanson; Aquaman; Days of Dilbert Dilaney.
Músicos: Brad Mehldau: piano; Larry Grenadier: baixo; Jeff Ballard: bateria.
Gravadora: Nonesuch Records
Estilo: Jazz Moderno
Assistam ao vídeo abaixo com a faixa título deste álbum
http://www.youtube.com/watch?v=CbNtmSNJW3o
Fonte : JazzTimes /JOHN KELMAN

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