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domingo, 27 de maio de 2012

MARC COPLAND DAVID LIEBMAN DUO - IMPRESSIONS (2012)


Não há nenhuma narrativa sobre o que um músico imaginativo como o saxofonista Dave Liebman deve fazer se lhe derem espaço para manobrar, deixar sua alma voar livre, como o pianista Marc Copland propicia em “Impressions”. É como se o pianista presenteasse o saxofonista com telas amplas e vazias para Liebman pintar sua paisagem musical. Liebman não necessita de nenhum convite adicional para perder-se no oceano de sons não detectados. O saxofonista assume o personagem de um jovial espírito que alça voo em sua odisseia. O indescritível espírito de John Coltrane aparece para encher as velas do barco de Liebman. As coisas mágicas começam a acontecer quando Copland chega mais uma vez para assistir ao saxofonista em  "Maiden Voyage" de Herbie Hancock. Cada músico faz pirueta ao redor do outro, descobrindo a técnica e a voz do outro na configuração deste mutável oceano. Liebman, também querido pelo por pianistas como Richie Beirarch, pega a deixa de Copland, seu acompanhante. Sua voz imaculada despedaça o ar e deixa as notas gritar, lamenter e piar. Gritos e lamentosos suspiros perpassam as fendas que fragmentam o ar.
Liebman está mais explicitamente seguro neste álbum do que em qualquer tempo de sua longa e ilustre carreira . Ele parece que cria asas quando toca seu instrumento. Sua música  é preenchida com poesia , que possibilita novas coisas acontecerem como em  “Blue in Green"  de Miles Davis. Entrementes,  Copland é brilhante como sempre, juntando-se a Liebman em enfáticos e acrobáticos trinados vindos de sua própria linha de voo. Liebman frequentemente opta por responder e quando ele faz , ele grita e pia. Às vezes duas notas em um tempo e ás vezes mais. Então, aparentemente para lembrar a tela vazia, ele inicia a pintura com um som : gotejando notas como uma pintura na tela do céu , criando aquarelas, sombras e tons com em uma pintura japonesa. Lembrando o catastrófico dia de 2001, os músicos deixam o passado, o presente e o futuro colidirem com a imensa tristeza em "WTC". Seus toques passam a ser mais majestosos com notas agitadas no soprano; salpicando luz naquilo que o pianista toca, o encantamento desvanecendo no céu ao entardecer  com o sol se reduzindo e os músicos atuando com rica entonação e cores.

Saxofone e piano trocam palavras, notas e vozes em "Blue in Green" com os músicos erguendo-se para assumir grandes riscos.Liebman toma uma decisão rápida , muda o compasso e suinga com prazer. Mergulha em "Lester Leaps In" e a música soa como uma animada risada salpicada com gritos de prazer. Aqui, generoso vibrato, asperamente derruba o que é sólido no ar, é grosseiro como uma lima, oscilando suavemente. Finalmente e como brincadeira de crianças os dois atacam  "When You're Smiling" e expõem seus corações até o cronômetro musical transbordar. Porém a elegância dos dois ecoa. Este relançamento único de “Bookends (Hatology, 2002)” não é uma gravação como outra qualquer.
Faixas: Cry Want; Maiden Voyage; Impressions; WTC; Blue in Green; Lester Leaps In; When You’re Smiling; Blackbeard.

 Músicos: David Liebman: saxofones soprano e tenor ; Marc Copland: piano.
Gravadora: Hat Hut Records

Estilo: Jazz Moderno                                                                            
Fonte : AllAboutJazz /RAUL D'GAMA ROSE

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