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quarta-feira, 13 de junho de 2012

DAVE DOUGLAS – THREE VIEWS (Greenleaf Music)


Dave Douglas é um implacável inovador. Em 2005, o trompetista lançou sua gravadora, Greenleaf Music ,para se manter  em compasso com sua vasta produção composicional e apresentar sua música aos ouvintes de forma mais eficiente. Veio a  Greenleaf Portable Series no verão norte-americano, o primeiro dos três volumes , onde Douglas se apresenta turbulentamente com diferentes bandas, e agora foi lançada uma edição limitada de uma caixa com três CDs , intitulada “Three Views”.
Para o Volume 1, “Rare Metals”, Douglas está runido com seu grupo antigo Brass Ecstasy—Vincent Chancey, French horn; Luis Bonilla, trombone; Marcus Rojas, tuba; Nasheet Waits, bateria— para o terceiro álbum deles. “Town Hall” inicia o disco de seis faixas e é a mais tradicional , com ecos dos tempos antigos de New Orleans tornado modernista por Bonilla sobre a parte guia, então passa para as mãos de Douglas para um vigoroso encerramento. “Thread”, um tributo de  Douglas a Henry Threadgill, é a peça mais avant-garde , e uma das melhores. “Safeway”, uma elegia alcançada e impulsionada lentamente pelas melancólicas vassourinhas de Waits, foi composta durante a residência de Douglas, em 2011, na  Copland House para registrar o ataque à congressista  Gabrielle Giffords  ocorrido no Arizona. A única música do disco não composta por Douglas, é  “Lush Life” de Billy Strayhornm que ganhou novas harmonias dele e alguns momentos da banda prestando um respeitoso tributo.

O Volume 2, “Orange Afternoons”, é um trabalho de um quinteto estelar apresentando  Ravi Coltrane no sax, Vijay Iyer no piano, Linda Oh no baixo e Marcus Gilmore na bateria. É o mais instrumentalmente convencional e moderno disco dos três, porém há uma singularidade para as composições e interpretação em que se sente a similaridade com as brilhantes sessões de Andrew Hill pela Blue Note nos anos 60. “The Gulf”, outra triste menção de Douglas à recentes tragédias norte-americanas, inicia (e encerra) com o meditativo piano de Iyer, com Douglas e Coltrane unindo-se logo para exprimir o arrojado tema e apresentar os solos. Oh, baixista, cujos próximos álbuns farão parte da Greenleaf Portable Series, brilha, mantendo o controle e solando  na animada “Valori Bollati”. Coltrane, Gilmore e Iyer sobressaem em “Solato”, a mais tempestuosa interpretação soando à la Cecil Taylor. A surdina de Douglas dá à faixa título uma lenta e imponente vibração à la Miles, e é primordialmente focada no colorido; Iyer, aqui, atua a meio caminho entre o seu  lirismo em  “The Gulf” e sua força em “Solato” . E Douglas faz um bom uso do seu periodo como participante de júri no encerramento do trabalho com  “Frontier Justice”.

O Volume 3, “Bad Mango”, é o que está mais distante do conjunto, mas é indiscutivelmente o mais animado. Douglas está acompanhado pelo quarteto modern So Percussion: Josh Quillen, Adam Sliwinski, Jason Treuting e Eric Beach. O Douglas e seu trompete flutuam sofisticados, com acompanhamento polirítmico de um órgão de tubo, steel drums, carrilhão, marimba, serrote musical e outros grupos de instrumentos de percussão. É uma performance tacIturna, bem conduzida, porém funciona , e o senso é de que não deve, em qualque ponto, ser introduzido um corte cômico ao processo habilmente conduzido  pelo título simplório do disco.
Fonte : JazzTimes / Bill Beuttler

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