É fácil esquecer um
antigo personagem tal como o magistral Ronnie Cuber, que continua liderando
performances em seu saxofone barítono. A carência de um senso de História
obscurece sucessivas gerações, que homenagearão jovens mestres como Brian
Landrus , mas esquecem os predecessores. A grande entonação final do baixo da
família do saxofone nada seria sem homens como Harry Carney, Gerry Mulligan,
Cecil Payne, Pepper Adams, e claro, Cuber. O saxofonista, que era um contratado
da banda de Eddie Palmieri, é correntemente um antigo membro da Mingus Big Band
e líder de grande reputação em muitos álbuns também.
Há também o fenômeno da indústria musical, onde o jazz é
melhor apreciado e entendido na Europa e aparece vicejante em selos de butique
, tanto quanto em gigantes já estabelecidos . Assim não é surpreendente
que Cuber possa gravar um álbum na Holanda com um grupo pouco conhecido: The Beets Brothers. O apelido aliterativo com
o qual está banda é conhecida desmistifica seu verdadeiro valor e Cuber faz por
merecer. Cuber pode incendiar qualquer banda , como sua proficiência em
maravilhosos discos feitos com Palmieri
e a Mingus Big Band atestam, como acrescentam os solos em “Infra-Rae: Ronnie
Cuber Meets The Beets Brothers”. A proficiência
de Cuber é tamanha que ele é fluente em quase qualquer idioma. Seu estilo soa como um pássaro rosnador à maneira
do bebop é supreendente e absolutamente memorável.
Aqui, como em outra parte, Cuber evita o som suave da West
Coast que veio a ser a marca após o barítono de Mulligan soprar ao seu modo
através da estratosfera. Cuber abrilhanta
sua palheta e continua a soprar forte e sublime, tocando em turbilhão e de
forma encantadoramente curvilínea. Suas frases podem ser curtas ou longas,
conforme a música demanda e sua ideias fluem, mas elas soam como uma evolução
de uma brilhante criatividade musical, cuja arquitetura é de estilo moderno e
empolgante para se observar. Há muitos momentos memoráveis em “Infra-Rae”, mas nada completo como a
elevada "Cubism" , onde Cuber toca com rara maestria, emitindo cada
nota e frase com se fosse prazeirosamente criando uma nova estrutura linguistica para o barítono. Isto é pouco
após ele acariciar a linguagem dos antigos em uma bela e melancólica
performance em "Lover Man".
Cuber exige mais dos The Beets e, ao longo da sessão, eles
se elevam para cumprir a tarefa. O pianista Peter Beets toca como grande
ouvinte e sola com humor oblíquo e renova o estilo cada vez que deixa o grupo.
Marius Beets viaja sobre o baixo, encontrando espaço para se instalar em
maravilhosa inflexão melódica. O saxofonista tenor Alexander Beets enfeita duas
faixas e está pronto para a elevada tarefa que Cuber estabelece para cada um neste absolutamente
belo álbum.
Faixas:
Infra-Rae; Line for Lyons; Chez Jose; Chillin’; Lover Man; Battery Blues;
Cubism.
Músicos: Ronnie Cuber: saxofone barítono;
Peter Beets: piano; Marius Beets: baixo; Eric Ineke: bateria; Alexander Beets: saxofone
tenor (2, 6).
Gravadora : Challenge Records Estilo : Straight-ahead/Mainstream
Fonte :
AllAboutJazz/ RAUL D'GAMA ROSE
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