
No quarteto de Ehrlich, desabafos em tremolos a partir do
líder e intervenções furiosas de Zollar preparam o caminho para repetições de
temáticas planejadas e transicionais frases musicais. Os eventos são
determinados. O explosivo solo da bateria de Sarin chega no momento
certo.
Ornette Coleman não teria composto uma extensa ,
formal e com linhas elegantes uma música como “Ballade”. O arranjo de Ehrlich, com seus
contrapontos e expressões , faz o quarteto soar orquestral. “Ballade” gera os
mais amplos solos do álbum. Ehrlich emite violentas e assustadoras
notas de lirismo em tempos elásticos. Zollar murmura e tumultua com um desentupidor de
pia como surdina. Roberts de qualquer maneira mantém seus traiçoeiros movimentos
rápidos, improvisando no topo.
Várias dessas músicas são cinemáticas: comédia (“You Can
Beat the Slanted Cards”) e film noir (“Walk Along the Way” com três solistas
emitindo sem filtro expressões do subconsciente, enquanto a bateria de Sarin
agita e resmunga).
O quarteto é completamente transformado ao substituir um celista
por um baixista . Julius Hemphill, com Abdul Wadud, escreveu um repertório com
este formato. O pizzicato ou o arco de Roberts dão o balanço da seção rítmica ou
junta-se à linha de frente . Ele às vezes emite ricos panos de fundo para os
outros solistas, e por vezes efetua
intensos e afiados solos. Roberts é a arma secreta desta
gravação.
Faixas: Frog Leg Logic; Ballade; You
Can Beat the Slanted Cards; Walk Along the Way; Solace; My Song; The
Gravedigger's Respite.
Músicos: Marty Ehrlich: saxofones alto e soprano, flauta; James
Zollar: trompete; Hank Roberts: cello; Michael Sarin:
bateria.
Gravadora: Clean Feed Records
Estilo: Jazz Moderno
Fonte : JazzTimes / Thomas Conrad
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