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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CHICK COREA – THE CONTINENTS (Decca Records)


Este ambicioso CD duplo apresenta o notável e prolífico Chick Corea  em três aparentemente incompatíveis  projetos. O Disco Um é globalmente inspirado em um concerto em  seis movimentos para um quinteto de jazz e Orquestra de Câmara , descrevendo seis continentes. A  “Africa” é ressaltada a meio caminho através de um movimento em ondas com uma pegada em 12/8 a partir do baterista ritmicamente astuto Marcus Gilmore, enquanto um grupo de câmara, selecionado a dedo, toca contrapontualmente contra o piano competente de Corea. A Orquestra de Câmara, composta por membros do The Harlem Quartet e Imani Winds, é dirigida por Steven Mercurio, que dirigiu a London Symphony Orchestra na cooperação de Corea em 2000 com aquela organização. O saxofonista soprano Tim Garland, o trombonista Steve Davis e Corea também surgem em algumas estimulantes passagens solo na breve seção de improvisos dessa peça, que ostenta algo da influência de Bartók junto a alusões à composição do próprio  Corea, “No Mystery”, e sua primeira composição para Câmara, de 1976, “The Leprechaun”.
 “Europe”, que dura 20 minutos,  desdobra-se em paz deliberada, consequentemente  seguindo para uma seção influenciada com uma tintura flamenca, que mantém-se na superfície pela encrespação de Gilmore, com sua inventiva bateria  e apresentação ágil do trabalho de flauta de Garland contra a estrutura da envolvente composição de Corea. Um estimulante interlúdio  do trio de piano com o baixista Hans Glawischnig e Gilmore alternativamente nas baquetas e nas vassourinhas é um ponto alto neste longo movimento. Outros envolventes  trabalhos de câmara no disco um são a intricada “Australia”, a alegremente suingante “America” (sombras de “La Fiesta” e “Love Castle”) e a sombria “Asia” , que passa do piano e meditação das cordas para um quinteto com Garland liderando a trilha no soprano. Porém o movimento final provocativo , “Antarctica”, apresentano Garland no clarinete baixo,  é a que melhor integra a Orquestra de Câmara e o quinteto de jazz . Corea registra um solo longo no final deste impressionante trabalho , que serve de precursor para as suas onze faixas de “Solo Continuum” no disco dois.

Aqueles desacompanhados e livres improvisos no piano, na maioria dos casos com apenas um ou dois minutos, alcança estilística e emocionalmente a escala musical: Eles podem ser líricos e classicamente influenciado (#31, #42, #119); esparsamente introspectivo (#53); igualmente pointilhista e avant-garde, evocando “Circle days”  de Corea (#86, #97, #1411). Há também um segmento (#64) , que soa com exercícios escalar de piano, que Corea deve fazer nos bastidores.

Em outras partes no disco dois, o quinteto atua (sem orquestra) em uma interpretação arrepiante de “Just Friends” , uma chacoalhante versão em 12/8 da tristonha composição de Billy Strayhorn, “Lotus Blossom”,  com um sopro mesclado em uma seção 4/4 , uma animadora interpretação de “Blue Bossa” de Kenny Dorham, que é ressaltado pela batida de Gilmore em “Poinciana” , e a aguçada “What’s This?,”  de Corea que também  se refere ao seu “Circle days”. Há bastante rcompensa na audição deste álbum a desafiar e intrigar os fãs de Corea por horas.
Disc 1:

1. Africa 8:22
2. Europe 20:28
3. Australia 6:26
4. America 12:32
5. Asia 11:09
6. Antarctica 12:45

 Disc 2:

 1. Lotus Blossom 14:30
2. Dorham: Blue Bossa 6:17
3. What's This 5:14
4. Klenner: Just Friends 9:15
5. Solo Continuum 31 1:05
6. Solo Continuum 42 2:05
7. Solo Continuum 53 1:15
8. Solo Continuum 64 2:45
9. Solo Continuum 75 7:24
10. Solo Continuum 86 2:52
11. Solo Continuum 97 1:27
12. Solo Continuum 108 2:56
13. Solo Continuum 119 3:10
14. Solo Continuum 1310 3:46
15. Solo Continuum 1411 3:29

 Fonte : JazzTimes / Bill Milkowski

 

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