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sábado, 15 de dezembro de 2012

HAL GALPER TRIO – TRIP THE LIGHT FANTASTIC


O lançamento do pianista Hal Galper incorpora influências e abordagens de múltiplos campos, uma reflexão sobre a multiformidade que ele exibiu durante longos períodos atuando com Chet Baker e Phil Woods. Porém é um sinal de seu desenvolvimento como instrumentista de forma que ele não é nem tedioso nem imitativo. Galper às vezes opta por ser lírico, com graciosa sensibilidade popularizada por estilistas como Bill Evans e Brad Mehldau. Em outras ocasiões, entretanto, ele atua de forma mais encrespada. Seu trio é soberbamente interativo . O baixista Jeff Johnson e o baterista  John Bishop atuam de forma equânime, mesmo com Galper usualmente estabelecendo a direção.
A predileção de Galper por surpresas melódicas e harmônicas é evidente desde o início. A segunda peça do disco, “Babes of Cancun” de Ron Miller,  gira em torno da avant-garde, fortalecida pelo solo impetuoso de Galper e as explosivas ações de Johnson. O trabalho deles é habilmente contrastado pelo imperturbável Bishop com texturas enfáticas. Mas enquanto ele passa a ser incrementalmente animado, Galper nunca usa o dispositivo do truque, e seu toque permanece firme e controlado. Ele vai mais longe com “Suspension” uma das três composições de   Galper  e na faixa título , que dura oito minutos, “Trip the Light Fantastic” de Galper, o pianista espertamente constrói a dramaticidade, com floreios e expressivas pegadas convergindo com um memorável e brilhante solo. A terceira peça deGalper, “Get Up & Go”, prova apenas que ela é tão severa quanto sugere o título.

Há, também, uma profusão de momentos particulares no tratamento dos standards. Galper evita o tempo de valsa que Evans tornou famoso com sua versão de “Alice in Wonderland”. Em vez disto, ele passou para uma espirituosa brincadeira que , habilmente, a amplia, ainda que não distorça a estrutura rítmica original. A interpretação do trio para “Guess I’ll Hang My Tears Out to Dry”  de Jule Styne é mais intimista e reservada, apresentando uma deslumbrante leitura melódica de Galper. O final, “Be My Love” , possibilita mais uma vez do bravo  lirismo  de Mario Lanza no filme “The Toast of New Orleans”. A versão atualizada do trio permite a Galper, de forma admirável, a apresentar suas habilidades através de outro poderoso solo. É uma excelente conclusão para o mais fino trabalho do trio de Hal Galper.

Faixas: Alice in Wonderland; Babes of Cancun; Get Up & Go; Guess I'll Hang My Tears Out to Dry; Suspension; Trip the Light Fantastic; Be My Love.
Músicos: Hal Galper: piano; Jeff Johnson: baixo; John Bishop: bateria.

Gravadora: Origin Records
Estilo:Straight-ahead/Mainstream

Fonte : JazzTimes  / Ron Wynn

 

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