O lançamento do pianista Hal Galper incorpora influências e
abordagens de múltiplos campos, uma reflexão sobre a multiformidade que ele
exibiu durante longos períodos atuando com Chet Baker e Phil Woods. Porém é um
sinal de seu desenvolvimento como instrumentista de forma que ele não é nem
tedioso nem imitativo. Galper às vezes opta por ser lírico, com graciosa
sensibilidade popularizada por estilistas como Bill Evans e Brad Mehldau. Em
outras ocasiões, entretanto, ele atua de forma mais encrespada. Seu trio é
soberbamente interativo . O baixista Jeff Johnson e o baterista John Bishop atuam de forma equânime, mesmo com
Galper usualmente estabelecendo a direção.
A predileção de Galper por surpresas melódicas e harmônicas
é evidente desde o início. A segunda peça do disco, “Babes of Cancun” de Ron
Miller, gira em torno da avant-garde, fortalecida
pelo solo impetuoso de Galper e as explosivas ações de Johnson. O trabalho
deles é habilmente contrastado pelo imperturbável Bishop com texturas enfáticas.
Mas enquanto ele passa a ser incrementalmente animado, Galper nunca usa o dispositivo
do truque, e seu toque permanece firme e controlado. Ele vai mais longe com “Suspension”
uma das três composições de Galper e
na faixa título , que dura oito minutos, “Trip the Light Fantastic” de Galper,
o pianista espertamente constrói a dramaticidade, com floreios e expressivas
pegadas convergindo com um memorável e brilhante solo. A terceira peça deGalper,
“Get Up & Go”, prova apenas que ela é tão severa quanto sugere o título. Há, também, uma profusão de momentos particulares no tratamento dos standards. Galper evita o tempo de valsa que Evans tornou famoso com sua versão de “Alice in Wonderland”. Em vez disto, ele passou para uma espirituosa brincadeira que , habilmente, a amplia, ainda que não distorça a estrutura rítmica original. A interpretação do trio para “Guess I’ll Hang My Tears Out to Dry” de Jule Styne é mais intimista e reservada, apresentando uma deslumbrante leitura melódica de Galper. O final, “Be My Love” , possibilita mais uma vez do bravo lirismo de Mario Lanza no filme “The Toast of New Orleans”. A versão atualizada do trio permite a Galper, de forma admirável, a apresentar suas habilidades através de outro poderoso solo. É uma excelente conclusão para o mais fino trabalho do trio de Hal Galper.
Faixas:
Alice in Wonderland; Babes of Cancun; Get Up & Go; Guess I'll Hang My Tears
Out to Dry; Suspension; Trip the Light Fantastic; Be My Love.
Músicos:
Hal Galper: piano; Jeff Johnson: baixo; John Bishop: bateria.
Gravadora:
Origin Records
Estilo:Straight-ahead/Mainstream
Fonte : JazzTimes /
Ron Wynn
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