O trompetista italiano Enrico Rava realizando um tributo
para o Rei do Pop, Michael Jackson, na ECM? . Se um ou outra destas ideias
parecem algo errado é porque ,provavelmente , em cerca de quarenta anos, a ECM
tem reunido (além de sua reputação é reconhecida como uma das mais importantes
gravadoras na história da música) uma
porção de magia (e incorreto) pensamento. Rava, por seu turno, não tinha dado
muita atenção a Jackson até a morte do pop star em 2009. Logo depois, ele
encontrou sua esposa assistindo a um DVD com um concerto de Jackson , Rava rapidamente
veio a ser um convertido , mesmo stndo ele o aprendizado de um artista de
palco ..."absoluta autoridade no palco, no controle de cada pequeno detalhe,
corrigindo um refletor, a ênfase na nota do baixo, um passo de um dançarino ou
o tamanho de uma pausa musical".
Gravado ao vivo, o audacioso,
admirável e perspicaz Rava em “The Dance Floor” parece como uma anomalia no
catálogo da ECM , mas obtém sucesso ao alcançar o ponto essencial do que é a
música de Jackson, demonstrando que , para Rava, a boa música está onde você a
encontra, rejeitando pensamentos elitistas, que considera como bobagens apelos
populares e comerciais na cena musical. Com arranjos do trombonista/tubista
Mauro Ottolini, Rava e onze integrantes do Parco della Musica Jazz Lab (PdMJL) agita
("Privacy", "Smooth Criminal"), suinga suavemente
("Smile", "Little Susie"), move-se sem esforço do toque
livre da tuba com influência para o trivial reggae ("They Don't Care About
Us") e alcança corretamente o funk de forma bem agitada ("Blood on
the Dance Floor").
Com as ricas
sobremarchas do guitarrista Marcello Giannini, o músico pode ser, às vezes,
árido, e a incessante seção rítmica do PdMJL assegura a firme pegada. Porém, Rava em “The Dance Floor” basicamente revela mais que apenas um
tratamento para big band ao material
escrito ou co-escrito por Jackson. Uma canção ícone como a faixa título do
megassucesso de Jackson, “Thriller (Epic, 1982)” é familiar e reinventado:
familiar, porque todas os componentes melódicos chaves estão aqui; reinventado,
porque a big band não tem medo de explorar e viajar por territórios
inexplorados (figurativamente e literalmente).
Os arranjos são rigorosos,
mas não é apenas um caso de algo bem estruturado com espaços planejados para solistas,
entretanto há uma plenitude disto — além das consistentemente líricas
performances de Rava , incluindo uma performances
impressiva do saxofone alto de Daniele Tittarelli na balada "Speechless"
, um potente solo do tenor de Dan Kinzelman próximo ao final de "They
Don't Care About Us" e um trabalho visceral do trombone de Ottolini , que
decompõe de forma completamente livre ao final de "Thriller" , antes
de sugerir uma breve reiteração muscular do tema principal. Apesar de haver um
roteiro claro para estes arranjos , há também campo para a banda empregar a
espontaneidade….e um pouco de humor colocado, aqui e ali, em boa medida.
Dada a atenção de Jackson aos detalhes, um álbum tributo é absolutamente
um anátema. Porém Rava em “The Dance
Floor” e o Parco della Musica Jazz Lab trabalham para manter a inequívoca
reverência à música de Jackson, mesmo
alcançando lugares onde o Rei do Pop
nunca encararia.
Faixas: Speechless;
They Don't Care About Us; Thriller; Privacy; Smile; I Just Can't Stop Loving
You/Smooth Criminal; Little Susie; Blood on the Dance Floor; History.
Músicos: Enrico Rava: trompete: Andrea
Tofanelli: trompete, flugelhorn; Claudio Corvini: trompete, flugelhorn; Mauro
Ottolini: trombone, tuba; Daniele Tittarelli: saxofone alto, flauta; Dan
Kinzelman: saxofone tenor , clarinetes; Franz Bazzani: teclado; Giovanni Guidi:
piano, Fender Rhodes, toy piano; Dario Deidda: baixo; Mercello Gianni: guitarra;
Zena de Rossi: bateria; Ernesto Lopez Maturell: percussão.
Gravadora: ECM Records
Estilo :Jazz Moderno
Para conhecer um pouco deste trablho, assistam ao vídeo
abaixoFonte : AllAboutJazz /JOHN KELMAN
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