Em uma coleção limitada no tempo, uma
seleção do que pode ser considerada de um maneira ou de outra como concepção de
álbuns, “The Complete Columbia Studio Albums Collection 1951-1958”,agradavelmente,
demonstra como o contexto pode influenciar o jeito como ouvimos as coisas. Indo
de ambiciosos projetos musicais para amplas reelaborações de clássicos antigos,
esta coletânea de nove discos enfatiza como a vasta inquietude do maestro foi
criativa, mesmo no tempo em que estava sendo dito que seus melhores dias
estavam ficando para trás.
Um ano dentro de uma década, três dos seus maiores músicos,
o saxofonista Johnny Hodges, o trombonista Lawrence Brown e o baterista Sonny
Greer, deixaram a orquestra de Ellington (como Duke trocaria a Columbia pela
Capitol em 1953, o que durou três anos). Ellington não estava apresentando seus
especializados trabalhos com sua antiga regulardade. E, apesar do amplamente
popular “Ellington at Newport (1956)”, que re-estabeleceu sua real estatura e o colocou
na capa da revista Time, ele não estava seguro da sua robustez comercial.
Porém como “The Complete Columbia Studio Albums Collection”
atesta, sua visão artística nunca foi menos que grandiosa. A chegada do LP permitiu-lhe
a oportunidade em “Masterpieces by Ellington (1951)” de expor suas velhas
favoritas como “Mood Indigo”, a brilhante remontagem em quinze minutos,
demonstrou que ele não tinha necessidade de escrever para asseverar seu gênio composicional.
“Ellington Uptown (1952)” revela a magnífica “Tone Parallel to Harlem” e
recupera do ostracismo de uma gravação em 10 polegadas de 1947, a sua “Liberian Suite”. (A pirotecnia do novo
baterista Louis Bellson na abertura do álbum “Skin Deep”, foi um bramido de
uma sentença de renovação)
Seguindo "Blue Rose", o sedutor trabalho de Ellington com Rosemary Clooney em 1956, que
veio a ser um álbum conceitual , quando
circunstâncias forçaram a cantora a gravar em Los Angeles, após sua orquestra
ter gravado partes em Nova York, veio “ A Drum Is a Woman”. Uma divertida
alegoria criada para um especial de TV , este trabalho de amor e ódio rastreia
as origens do jazz, personificada pela Madam Zajj, pela África e pelo Caribe. Por
mais que você pense sobre a extravagante narrativa de Ellington, sua nova
distribuição da relação entre palavras e música é audaciosa, estimulante e copiosos momentos
são providenciados pelas vocalistas Margaret Tynes e Joya Sherrill, bem como
por Hodges (ao fumdo da capa), pelo saxofonista tenor Paul Gonsalves e por Ray Nance no trompete.Críticos não tinham nenhum problema para chamar de monumental “Such Sweet Thunder (1957)”, um apropriação de Shakespeare por Ellington, uma obra-prima, não com canções imperecíveis como “The Star-Crossed Lovers”. E a inspirada reelaboração de “Black, Brown and Beige”, que a seguiu, apresentando Mahalia Jackson na frequentemente espirituosa interpretação de “Come Sunday” , que só adicionou maior valor à reputação do trabalho.
Fonte :
JazzTimes / Lloyd Sachs
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