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sexta-feira, 29 de março de 2013

GRÉGOIRE MARET - GRÉGOIRE MARET (E1 Music)


O disco de estreia do  gaitista  Maret, que leva seu nome, não poderia ter apresentado qualquer outro instrumento. É repleto de arranjos delicados, que não seria sumetido pelo mais poderoso ás. Ironicamente, a gaita é o maior problema do álbum. Especificamente, a sonoridade de Maret, fina, aguda e com sua predileção pelos altos registros, criam sérias dificuldades, de alguma forma, a algumas belas músicas.
E a música é, por outro lado, bonita: postbop ricamente alimentado com samba e soul. Este material é tocado por um excelente grupo de músicos, o núcleo sendo formado pelo baixista  James Genus, pelo tecladista Frederico G. Peña e pelos bateristas Clarence Penn e  Jeff “Tain” Watts. (Peña se sobressai pela sua consistência excelente, instigando canções como “Travels” e “Prayer” com veemente ternura). As estrelas convidadas também brilham. Cassandra Wilson está sutilmente profunda em “The Man I Love” e o baixo funkeado de Marcus Miller anima  “Crepuscule Suite”.

A estrela , entretanto, é Maret. Suas composições são espertas e ambiciosas (embora “Crepuscule Suite” pretenda ser bem mais do que é) e seus arranjos são cuidadosos—especialmente a improvável interpretação de  “The Secret Life of Plants” de  Stevie Wonder. Suas improvisações , também, mostram grande imaginação rítmica (“Manhã Du Sol”) e a firme e refletidamente melódica (“Children’s Song”). E na balada com toque gospel de Pat Metheny, “Travels”,  Maret restringe seus piores impulsos estilísticos com sublime resultado.
Aquele, entretanto, é um instante raro. Suas deficiências são nitidamente expostas em “O Amor É O Meu Pais”, um dueto com o ícone da gaita Toots Thielemans. O veterano evidencia uma entonação arredondada e encorpada, com ampla notas concentradas nos registros médios. A aguda e metálica entonação de Maret em altos e lancinantes registros soa desegradável em contraste com o mestre.

Fonte : JazzTimes / Michael J. West

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