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segunda-feira, 15 de abril de 2013

KENNY WERNER - ME, MYSELF & I (Justin Time Records)


Nas notas do seu último CD, Kenny Werner expressa um desagrado com a performance solo porque  “não há ninguém para contracenar”. “Hence” é o escasso lançamento solo na considerável discografia do pianista, que é dominada pelo trabalho com seu renomado trio. O título deste disco, de fato, referencia outro trio, entretanto todos os três membros são o próprio Werner, sugerindo que talvez ele tenha encontrado alguém para interagir com ele.
 Essa sugestão é confirmada na faixa de abertura, uma exploração de “’Round Midnight” de mais de 10 minutos . Werner pode ser ouvido, ocasionalmente através da execução, proferindo curtas expressões de contentamento, aparentemente se surpreendendo com as descobertas que ele faz durante sua intricada escavação do standard de Monk. Sua interpretação rejeita se fixar no batido curso da peça como foi escrita, passeando por misteriosos caminhos secundários e fazendo singulares desvios, que entrega um dos mais onipresentes trabalhos do jazz de forma quase desconhecida.

Os sons do tinir de prataria ao fundo, gravado ao vivo no Upstairs Jazz Bar and Grill durante o Festival de Jazz de Montreal em 2011, possibilita o isolamento de Werner, sugerindo que a vida está passando, enquanto ele está perdido em suas próprias ruminações musicais. Sua  “Balloons” restringe a peça para quinteto para um melancólico ostinato na mão esquerda e uma delicada melodia , que persistentemente  viaja para a canção folclórica “Barbara Allen”.
O famoso senso de jocosidade de Werner não está inteiramente ausente, contudo, como ele agita “Giant Steps” com um fervor casual. Ele complementa o floreado da Europa Oriental de “I Had a King”, composição de Joni Mitchell, encontrando acompanhamento mesmo enquanto sozinho.

Faixas: Round Midnight; Balloons; All The Things; Blue is Green; I Had a King; Giant Steps; A Child is Born.
Fonte: JazzTimes / Shaun Brady

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