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terça-feira, 30 de abril de 2013

THOLLEM/PARKER/CLINE – THE GOWANUS SESSIONS (Porter Records)


Começa com um bravio acorde de guitarra, um ruído prolongado de teclas e uma puxada nota de baixo. Pelos próximos  41 minutos, o pianista Thollem McDonas, o baixista William Parker e o guitarrista Nels Cline tocam ,aparentemente, de forma indiscriminada, criando  camadas dissonantes de sons. Estas não são canções.  Não há melodias,  nem ritmos . “The Gowanus Session” é uma escultura sonora.
É duro saber o que fazer com esta gravação. Tem estes rapazes criando um trabalho de arte sonora, ou eles estão tentando colocar algo acima de nós?. Isto não é apenas free jazz—é barulho com B maiúsculo , e parece propositadamente inaudível .Pegue os nomes das faixas  (que não podem ser chamadas de canções ou composições). Uma sentença – “Há muitos mundos na vida como há vidas no mundo”— é dividida entre seis faixas, cada uma sublinhando o ponto que o título não significa ou sustenta a controvérsia que esta gravação é uma grande brincadeira.

Há, ainda, momentos singulares de prazer. Uma estranha pulsação rítmica desenvolve-se através do fim da segunda faixa (“As Many Worlds”).  Um  compacto e espalhafatoso acorde de piano irrompe em uma rara passagem tranquila na terceira faixa (“In a Life”). McDonas parece executar uma frase musical repetida em “Green Chimneys”  de Thelonious Monk, quando ele emprega um ostinato na densa quinta faixa (“Lives”). Os sons sobrenaturais que Cline extrai de suas cordas são misteriosamente atrativas quando justapostas à pulsação do baixo de Parker e às pegadas atonais de McDonas, que vem direto de da escola iconoclasta de Cecil Taylor.

Assim é um bom disco, ou mesmo algo desfrutável?.  Eu realmente não sei, mas sei isto: é interessante, e continuo ouvindo-o.

Faixas
1 There Are 7:34
2 As Many Worlds 4:41
3 In a Life 5:58
4 As There Are 2:15
5 Lives  15:42
6 In the World 4:53

 Fonte : JazzTimes / Steve Greenlee

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