John Surman, que toca diversos instrumentos de palheta,
realiza em seu primeiro trabalho solo em aproximadamente duas décadas, algo
profundamente autobiográfico, conscientemente evocando sua juventude na parte ocidental da Inglaterra. O título “Saltash
Bells” referencia o carrilhão da igreja de Cornwall, que Surman recorda ouvindo-o do escaler do seu
pai marinheiro, que ambos navegavam na estreita passagem entre Cornwall e a sua
nativa Devon.
Porém, mesmo sem o conhecimento da estória da vida de Surman,
a maioria dos seus elementos estão na música: o tocador de sinos, na forma do
eco dos sintetizadores; o frio e cinzento nevoeiro, representados pelo solitário e ansioso som do barítono de Surman.
Melodias sugerem eternas canções folclóricas, enquanto um oscilante clarinete
sugere uma distante sirene no nevoeiro. Nostalgia constantemente intimida , e
em faixas como “Winter Elegy” uma nota de suavidade move-se, mas na maior parte
das odes multitrilhadas de Surman mantem-se um ardor austero. A faixa final , “Sailing Westwards”, é uma
navegante narrativa épica acompanhada por aproximadamente todos os instrumentos
de Surman, incluindo um novo: uma pesarosa gaita que tece sedutoramente em
torno de seu inebriante soprano.
Faixas:
Whistman's Wood; Glass Flower; On Staddon Heights; Triachorum; Winter Elegy;
Ælfwin; Saltash Bells; Dark Reflections; The Crooked Inn; Sailing Westwards.
Músico:
John Surman: saxofones soprano, tenor, barítono e alto; clarinetes ,gaita e
sintetizador.
Fonte:
JazzTimes / Shaun Brady
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