
A jornada inicia com a dramática “Diaspora”, que inicia com
o mestre percussionista cubano Mauricio
Herrera em lenta e cautelosa cadência no tímpano contra um turbilhão
sombriamente dissonante de três violinos, viola, cello e flauta. Como a peça
adquire calor contra as cordas turbulentas , Herrera introduz o rítmico formato
da tumba francesa, que mais salienta
esta música. A impetuosa “P’al Monte” incorpora vocais folclóricos e ritmos
dançantes ao longo de alguns dos mais intricados arranjos para cordas, que têm
mais a ver com Stravinsky, Bartók e Bernard Herrmann do que com as tradições
afro-haitianas. A processionária “San Pascual Bailón” apresenta flauta, cordas
e percussão na tecitura de um modelo interligado, enquanto a melancólica “Sagrado”
é um desenvolvimento lento de um número inspirado na canção clássica cubana
“Perla Marina”. O movimento final do
brilhante trabalho clássico contemporâneo de Ortiz, os 11 minutos de “Jubilee/Comparsa”,
é um microcosmo de uma jornada inteira e contém algumas das mais fortes jams de percussão polirrítmicas do álbum.
“Orbiting” tem Ortiz passando para um moderno quarteto de jazz,
apresentando o guitarrista David Gilmore
e altamente interativa carruagem rítmica conduzida pelo baixista Rashaan Carter
e pelo baterista Eric McPherson. Ao lado das potentes composições de Ortiz como
a dramática peça em rubato “Numbers”; a dinâmica
“The Heir” , assombrosamente bela; a baladesca “Green City” e a ritmicamente carregada faixa
título – todas não menos intricadas ou demandante do seu clássico estilo
composicional — o incrementado e intenso grupo ataca a demolidora “KoKo” de Charlie Parker e “W.R.U.”
de Ornette Coleman com um misto de reverência,
audácia e divertimento dentro da liberdade do bop. Eles também passam por uma surpreendente interpretação de
“Ginga Carioca” de Hermeto Pascoal, que mostra como Ortiz e Gilmore
navegam de
forma desafiadora, com linhas uníssonas de intervalos singulares e uma notável
forma como McPherson salienta as atuações com um toque incrivelmente melódico. E as misteriosas interpretações deles em tom
menor de “Alone Together” é permeada com um sombrio procedimento de um réquiem
para Edward Gorey. Estes lançamentos simultâneos são arautos da chegada de um grande
talento novo.
Para conhecer um pouco destes trabalhos, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte :
JazzTimes /Bill Milkowski
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