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quinta-feira, 6 de junho de 2013

ARUÁN ORTIZ - SANTIARICAN BLUES SUITE & ORBITING

O premiado pianista-compositor-arranjador Aruán Ortiz, um nativo de Santiago de Cuba, exibe diferentes aspectos da sua abundante musicalidade nestes dois díspares lançamentos. O folclórico “Santiarican Blues Suite” , originalmente escrita para o Pagan or Not e apresentada pelo  José Mateo Ballet Theatre em Cuba, é uma excitante confluência de estilos espanhol, francês, afro-haitiano e clássicos contemporâneos. Cada um dos cinco movimentos representa um diferente estilo afro-cubano, estendendo-se da data da chegada dos imigrantes haitianos a  Cuba na virada do século XIX às mais modernas aplicações da música haitiana.

A jornada inicia com a dramática “Diaspora”, que inicia com o mestre percussionista cubano  Mauricio Herrera em lenta e cautelosa cadência no tímpano contra um turbilhão sombriamente dissonante de três violinos, viola, cello e flauta. Como a peça adquire calor contra as cordas turbulentas , Herrera introduz o rítmico formato da tumba francesa, que mais salienta esta música. A impetuosa “P’al Monte” incorpora vocais folclóricos e ritmos dançantes ao longo de alguns dos mais intricados arranjos para cordas, que têm mais a ver com Stravinsky, Bartók e Bernard Herrmann do que com as tradições afro-haitianas. A processionária “San Pascual Bailón” apresenta flauta, cordas e percussão na tecitura de um modelo interligado, enquanto a melancólica “Sagrado” é um desenvolvimento lento de um número inspirado na canção clássica cubana “Perla Marina”. O movimento final  do brilhante trabalho clássico contemporâneo de Ortiz, os 11 minutos de “Jubilee/Comparsa”, é um microcosmo de uma jornada inteira e contém algumas das mais fortes jams de percussão polirrítmicas do álbum.

“Orbiting” tem Ortiz passando para um moderno quarteto de jazz, apresentando  o guitarrista David Gilmore e altamente interativa carruagem rítmica conduzida pelo baixista Rashaan Carter e pelo baterista Eric McPherson. Ao lado das potentes composições de Ortiz como a dramática peça em  rubato  “Numbers”; a dinâmica “The Heir” , assombrosamente bela; a baladesca  “Green City” e a ritmicamente carregada faixa título – todas não menos intricadas ou demandante do seu clássico estilo composicional — o incrementado e intenso grupo  ataca a demolidora “KoKo” de Charlie Parker e “W.R.U.”  de Ornette Coleman com um misto de reverência, audácia e divertimento dentro da liberdade do bop. Eles também passam por uma surpreendente interpretação de “Ginga Carioca” de Hermeto Pascoal, que mostra como Ortiz e Gilmore
navegam de forma desafiadora, com linhas uníssonas de intervalos singulares e uma notável forma como McPherson salienta as atuações com um toque incrivelmente melódico.   E as misteriosas interpretações deles em tom menor de “Alone Together” é permeada com um sombrio procedimento de um réquiem para Edward Gorey. Estes lançamentos simultâneos são arautos da chegada de um grande talento novo.

Para conhecer um pouco destes trabalhos, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte : JazzTimes /Bill Milkowski

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