O saxofonista Joshua Redman
combina reais virtudes atrativas: profundo conhecimento do jazz e formidável técnica em seu instrumento . Combina
isto de forma balanceada, mas com estilo levemente assertivo que é um exemplo
superior de fluência e inventividade, e você tem um músico com tamanha
inteligência e energia, que é assim aplicável, que facilmente encontra uma
maneira de se colocar em casa em qualquer ambiente musical. Assim, Redman está perfeitamente
ajustado para atuar com grandes bandas.
As orquestrações em “Walking Shadows” são paisagens
esplendidamente apresentadas diante de Redman e seu quarteto. Produzido pelo
seu antigo companheiro de banda, o pianista Brad Mehldau, “Walking Shadows” reúne
um suave, provocante e extremamente elegante conjunto de baladas com um amplo
leque de escolhas. Redman tem sempre se dotado de um vigoroso alcance da
tradição e , acima de tudo, uma profunda habilidade para reformá-la. Este
interessante repertório trata canções eternas como "The Folks Who Live on
The Hill" e "Lush Life", mas também indica uma elegância
abrangente, como no clássico dos Beatles "Let It Be" , "Stop This
Train" de John Mayer e "Adagio" de Bach. Os arranjos épicos providenciados
por Mehldau, Patrick Zimmerli e pelo maestro Dan Coleman trazem uma qualidade cinemática
ao tratamento destes clássicos no álbum, que ganham fôlego e encorpam, bem como
induzem e interagem com o afável sax de Redman.
A pesarosa composição de Bach soa como uma conversação de
final de noite entre o saxofone e o baixo, como as reservadas escovinhas do
baterista Brian Blade, adicionando um senso de drama sem rompimento nos passos ou perturbar a harmonia
noturnal da composição. "Easy Living" e "Infant Eyes" de Wayne Shorter com arranjos vivazes e
brilhantes, como uma trilha sonora de um filme, com linhas do sax sensualmente balanceadas,
que dá ao conjunto do álbum uma
elegância madura. A composição de Redman, "Final Hour", é um lamento triste
suportado pelo piano minimalístico de Mehldau, dando balanço meditativo ás
melodias do líder.
Que este grupo estelar optaria por um enfoque mais arrojado era
de se esperar, mas ninguém leva o barco
até as rochas ou dispersa-se com sentimentos cinemáticos na gravação. Realmente
utiliza um criterioso acompanhamento para distinguir a aplicação de uma marca
pessoal ou servir às composições como um
efetivo grupo. Mehldau mantém uma incomum presença discreta na gravação e a sua
"Last Glimpse of Gotham" apresenta suave e pungente escrito para
cordas, com Redman adicionando um profundo anseio para fazer a música evocativa
de outro tempo e lugar. As viçosas e sensuais cordas dão vigor, bem como buscam
a harmonia próxima ao estado majestático e então, repentinamente, apazigua. A
gravação encerra graciosamente com a composição de Redman, "Let Me Down
Easy."
“Walking Shadows” é
emocionalmente carregado , maravilhosamente exposto sem emendas e suavemente
iluminado, o que faz deste álbum um grande trabalho de arte. Aponta não só para
a habilidade de Redman como intérprete e compositor e seu gosto por material multiforme, mas
também a profundidade do seu coração e como escuta bem suas reflexões.
Faixas: The
Folks Who Live On The Hill; Lush Life; Stop This Train; Adagio; Easy Living;
Doll is Mine; Infant Eyes; Let it Be; Final Hour; Last Glimpse of Gotham,
Stardust; Let me Down Easy.
Músicos:
Joshua Redman: saxofones; Brad Mehldau: piano; Larry Grenadier: baixo; Brian
Blade: bateria; Laura Frautschi (primeiro violino), Avril Brown, Christina
Courtin, Karen Karlsrud, Ann Leathers, Katherine Livolsi, Landau, Joanna
Maurer, Courtney Orlando, Yuri Vodovos: violinos; Vincent Lionti, Daniel
Panner, Dov Scheindlin: viola; Stephanie Cummins, Eugene Moye, Ellen
Westermann: cello; Timothy Cobb: baixo; Pamela Sklar: flauta; Robert Carlisle:
French horn; Conduzida por Dan Coleman.
Gravadora:
Nonesuch Records
Estilo: Jazz
Moderno
Fonte :
AllAboutJazz /NENAD GEORGIEVSKI
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