WAYNE KRANTZ – HOWIE 61 (Abstract Logix)

Não há dúvida “Howie” o destacado incremento da faixa título do seu irônico álbum, dirige um clássico Jaguar na capa. A moderna canção correlaciona a cativante imagem. O estilo, também, informa muito das metáforas dos números vocais que o grande guitarrista Wayne Krantz pontilha em seu 10° álbum. “Howie 61” também é uma homenagem a “Highway 61 Revisited”, uma canção de Bob Dylan de 1965 que permanece surpreendente (a melhor versão: Johnny Winter em “Second Winter”).

Este é um disco fusion com maior partilha de amostras de entusiasmo, mas é menos explosivo que alusivo. Enquanto a guitarra de Krantz é consistentemente atrativa e sua escolha dos companheiros de banda impecável, músicas como “Can’t Stand to Rock” e “U Strip It” são problemáticas. Estas faixas de rock cobrem um território mais criativamente explorado por bandas como Red Hot Chili Peppers e Critters Buggin’. Porém mesmo assim elas movem-se, e o sensual sax de David Binney torna-as interessantes.

O que  Howie 61 faz melhor é prover a segura mão editorial de Krantz; enquanto este conjunto de faixas com personalidade variadas , que evocam muitos grupos diferentes , entre eles Steely Dan e Jeff Beck Group (como o vocalista Bobby Tench), é sempre identificável com  Krantz. Suas assinaturas—guitarra sincronizada,nuances explosivas, um toque vertiginoso fantasmagórico e majestoso— movimentam-se ao longo do disco. Seus vocais estão por trás da mistura; às vezes é efetivo, às vezes apenas irritante. Porém Krantz vem copioso no final, provando que há vida após a mórbida  “I’m Afraid That I’m Dead” e a experimental “I’d Like to Thank My Body”.

“beLls” é carregada de eco, passagens instrumentais sincronizadas, pavimentando o caminho para “How the West Was Left” uma canção sublime e solitária com letra abstrata, uma arrojada guitarra de Krantz arrasta-se e o vocal de Krantz e Gabriela Anders são os mais apaixonados e misteriosos do disco. Rodeado pelo copioso baixo de Pino Palladino,  “How the West” um suntuoso enigma e um perfeito coroamento para este fascinante álbum.

Faixas: Howie 61; The Bad Guys; Check Yo Self; I'm Afraid That I'm Dead; Son of a Scientist; Can't Stand to Rock; I'd Like to Thank My Body; U Strip It; beLls; How the West Was Left.

Músicos: Wayne Krantz: guitarras (1-3, 5-10), vocal (1, 2, 4-8, 10), piano (4), ring modulator (9); Henry Hey: piano (1); Owen Biddle: baixo (1); Nate Wood: bateria (1);John Beasley: piano (2, 5, 6, 8, 10); John Patitucci: baixo (2, 8); Charley Drayton: bateria (2, 8); James Genus: baixo (3); Keith Carlock: bateria (3); Yasushi Miura: sonics (4); Tal Wilkenfeld: baixo (5, 6); Vinnie Colaiuta: bateria (5, 6); Gabriela Anders: vocal (5, 7, 10); Kenny Wollesen: bateria (7); David Binney: saxofone (8); Anton Fig: bateria (9); Paul Stacey: slide guitar (10); Pino Palladino: baixo(10); Jeremy Stacey: bateria (10).

Fonte: JazzTimes /Carlo Wolff