
Subintitulado “midnight
moods for solo piano”, “Wherever” é um álbum todo de baladas. Regularidade não
é a preocupação neste disco, cuja disposição da música é de primoroso
refinamento. Se não fosse pelo vigor suave de Zeitlin, seria uma, tematicamente,
uniforme sonolência, mais estado de ânimo que música. A integridade de Zeitlin
e seu rigor intelectual mantêm o ouvinte envolvido.
Zeitlin, que tem 74 anos, é perseverante e impositivo, usa furtivas harmonias inesperadas para faixas familiares como a
adorável “Goodbye” de Gordon Jenkins e passa
para o mini-medley “Quiet Nights of
Quiet Stars/How Insensitive” em diálogo
de amantes em partes iguais, meditativo e terno. Não há angulosidade nesta
sensível musicalidade. Há ocasionais lampejos e frequente rubato, e Zeitlin é
um dos poucos pianistas desde seu contemporâneo Bill Evans, capaz de sustentar uma melodia através
do curso da canção.
Profundamente meditativo, como “Labyrinth”, “Wherever” é meticuloso e criativo e nunca descuida do
programa . Certo, é suavizante. Se não pela força e simpatia (a escolha do
reportório por Zeitlin é impecável),
deve-se voltar para o seu conhecimento. Porém, Zeitlin, um psiquiatra que também ensina na
Universidade da Califórnia, parece multiforme , um artista que continua a
deslocar fronteiras musicais , mas sempre permanece na configuração precisa.
Nos anos 60, quando Zeitlin iniciou sua carreira musical , os
álbuns de ”música de ânimo” como os de Jackie Gleason e de Melachrino Strings tocavam em unidades estéreo – esperançosamente- como fundo para romances. Porém, “Wherever” é autêntico e mais calculada. É a novidade,
caracteristicamente sem indicador de caminho,
na distinta jornada musical de Zeitlin.
Faixas:
Body and Soul; Good-Bye; Queit Nights of Quiet Stars/How Insensitive; Last
Night When We Were Young; I Hear a Rhapsody; Time remebers One Time Once; The
Meaning of the Blues; My Dream is Yours; You Don't Know What Love Is; Wherever
You Are.
Fonte :
JazzTimes /Carlo Wolff
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