playlist Music

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

DENNY ZEITLIN – WHEREVER YOU ARE : MIDNIGHT MOODS FOR SOLO PIANO (Sunnyside)

A continuação do álbum “Labyrinth” de Denny Zeitlin de 2010 encontra o pianista , mais uma vez, em modo solo, desta vez explorando standards e  rejuvenescendo suas composições, principalmente entre as mais recentes: a radiante “Time Remembers One Time Once”. Zeitlin, que já gravou em vários formatos, claramente ama a complexidade  e seus títulos são sua apresentação.

 Subintitulado “midnight moods for solo piano”, “Wherever” é um álbum todo de baladas. Regularidade não é a preocupação neste disco, cuja disposição da música é de primoroso refinamento. Se não fosse pelo vigor suave de Zeitlin, seria uma, tematicamente, uniforme sonolência, mais estado de ânimo que música. A integridade de Zeitlin e seu rigor intelectual mantêm o ouvinte envolvido.

Zeitlin, que tem 74 anos, é perseverante e impositivo, usa  furtivas  harmonias  inesperadas para faixas familiares como a adorável “Goodbye”  de Gordon Jenkins e passa para o mini-medley “Quiet Nights of Quiet Stars/How Insensitive”  em diálogo de amantes em partes iguais, meditativo e terno. Não há angulosidade nesta sensível musicalidade. Há ocasionais lampejos e frequente rubato, e Zeitlin é um dos poucos pianistas desde seu contemporâneo  Bill Evans, capaz de sustentar uma melodia através do curso da canção.

Profundamente meditativo, como “Labyrinth”, “Wherever”  é meticuloso e criativo e nunca descuida do programa . Certo, é suavizante. Se não pela força e simpatia (a escolha do reportório  por Zeitlin é impecável), deve-se voltar para o seu conhecimento. Porém,  Zeitlin, um psiquiatra que também ensina na Universidade da Califórnia, parece multiforme , um artista que continua a deslocar fronteiras musicais , mas sempre permanece na configuração precisa.

Nos anos 60, quando  Zeitlin iniciou sua carreira musical , os álbuns de ”música de ânimo” como os de Jackie Gleason e de Melachrino Strings tocavam em unidades estéreo – esperançosamente-  como fundo para romances. Porém, “Wherever”  é autêntico e mais calculada. É a novidade, caracteristicamente sem indicador de caminho,  na distinta jornada musical de Zeitlin.

Faixas: Body and Soul; Good-Bye; Queit Nights of Quiet Stars/How Insensitive; Last Night When We Were Young; I Hear a Rhapsody; Time remebers One Time Once; The Meaning of the Blues; My Dream is Yours; You Don't Know What Love Is; Wherever You Are.


Fonte : JazzTimes /Carlo Wolff

Nenhum comentário: