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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ESCOLHA DE ARTISTA – RICHIE BEIRACH POR LYNNE ARRIALE

A prolífica produção artística do pianista Richie Beirach (na foto) —300 composições , 200 gravadas, 260 gravações como líder ou colíder, 300 como acompanhante— tem consistentemente demonstrado sua brilhante musicalidade através de uma carreira multiforme que se estende por quatro décadas. Conceitualmente,  seu toque e composições abarcam um vasto leque de gêneros e estratégias incluindo música clássica (de Bach a Stockhausen), toque free ao lado de retrabalhos/reharmonizações de peças familiares clássicas e de jazz como veículos para improvisação. Richie é um mestre de desenvolvimento de temas,  harmonias cromáticas, toque solto e lirismo. Ele também tem incríveis toque expressivo e entonação, e seu trabalho tem uma profunda influência para uma nova geração de músicos. É , para mim, um desafio selecionar os trabalhos que considero meus favoritos , já que a capacidade artística de Richie é bastante profunda, mas aqui seguem interpretações que eu, particularmente, amo.

 “Elm”
QUEST
Quest (Palo Alto, 1983)

Antes do saxofonista Dave Liebman, do baixista George Mraz e do baterista Al Foster apresentarem-se, esta interpretação de uma composição de Richie apresenta uma extensa introdução solo ao piano.O solo de Dave sobre os dois últimos compassos transforma totalmente o espírito da obra .Richie traz, então, de volta a melodia , tocando-a de forma simples , que cria um maravilhoso contraste com a parte precedente.

“Nardis”
RICHIE BEIRACH/GEORGE MRAZ/AL FOSTER
Elegy for Bill Evans (Palo Alto, 1982)

Neste tributo de Richie a Bill Evans, sua interpretação de “Nardis” de Miles é explosiva , vigorosa, completamente diferente da versão de Bill Evans em “Explorations”. Richie fomenta grande interação entre ele, Mraz e Foster.

“Pendulum”
RICHIE BEIRACH
Elm (ECM, 1979)

“Pendulum” é baseada em uma melodia cromática e um ponto no pedal, com hábil desenvolvimento do tema de Richie com interação sem emenda entre os membros do trio (Mraz e o baterista Jack DeJohnette).

“Peace Piece”
RICHIE BEIRACH
The Snow Leopard (Alfa, 1996)

Richie (com Mraz, o violinista Gregor Huebner e o baterista Billy Hart) interpreta a clássica canção de  Bill Evans em uma performance que cria um sentimento profundamente hipnótico.  

“Etude (Op. 10 No. 3 in E Major)”
RICHIE BEIRACH
Sunday Songs (Blue Note, 1992)

Este é um excelente exemplo de uma pegada clássica de uma peçam sendoreinventada como um veículo para uma improvisação jazzística. A progressão melódica e harmônica é deslumbrante, e Richie a utiliza para criar um senso de recomposição desta obra-prima de Chopin .

“Broken Wing”
VARIOUS ARTISTS
Some Other Time: A Tribute to Chet Baker (Triloka, 1990)

“Broken Wing” é uma valsa melancólica que Richie escreveu para Chet Baker e foi originalmente gravada por este. Nesta gravação, que apresenta Mraz, Michael Brecker, Randy Brecker, John Scofield e Adam Nussbaum, Randy interpetra belamente a melodia. Todos os solos encarnam sincera emoção.

What Are the Rules?”
RICHIE BEIRACH TRIO
Trust (Evidence, 1996)

Este trio (com o baixista Dave Holland e DeJohnette) era a seção rítmica de Stan Getz no período 1972-73 . “What Are the Rules?” é uma peça livre exibindo a profundidade do trio e sua comovente química.

“Young and Foolish”
VARIOUS ARTISTS
Some Other Time: A Tribute to Chet Baker (Triloka, 1990)

Em suas notas para o disco deste tributo a Baker, Richie descreve o toque do trompetista como “emocionalmente honesto” , palavras que adequadamente descreve seu próprio toque. Esta performance de  “Young and Foolish” com uma muito criativa reharmonização, onde em cada estribilho há um diferente grupo de variações, é extremamente poderosa. E a destreza de Richie usa o espaço que permite a música respirar e a peça desdobrar-se naturalmente.


Fonte : JazzTimes/ Lynne Arriale (é uma  renomada pianista e compositora, cujo álbum mais recente é “Solo” (Motéma),
resenhado neste blog em 03/12/2012. Ela estudou com  Beirach e considera-o seu mentor)

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