A prolífica produção artística do pianista Richie Beirach
(na foto) —300 composições , 200 gravadas, 260 gravações como líder ou colíder,
300 como acompanhante— tem consistentemente demonstrado sua brilhante
musicalidade através de uma carreira multiforme que se estende por quatro
décadas. Conceitualmente, seu toque e
composições abarcam um vasto leque de gêneros e estratégias incluindo música clássica
(de Bach a Stockhausen), toque free ao lado de retrabalhos/reharmonizações de
peças familiares clássicas e de jazz como veículos para improvisação. Richie é
um mestre de desenvolvimento de temas, harmonias cromáticas, toque solto e lirismo. Ele
também tem incríveis toque expressivo e entonação, e seu trabalho tem uma
profunda influência para uma nova geração de músicos. É , para mim, um desafio
selecionar os trabalhos que considero meus favoritos , já que a capacidade
artística de Richie é bastante profunda, mas aqui seguem interpretações que eu,
particularmente, amo.
“Elm”
QUEST
Quest (Palo
Alto, 1983)
Antes do saxofonista Dave Liebman, do baixista George Mraz e
do baterista Al Foster apresentarem-se, esta interpretação de uma composição de
Richie apresenta uma extensa introdução solo ao piano.O solo de Dave sobre os
dois últimos compassos transforma totalmente o espírito da obra .Richie traz,
então, de volta a melodia , tocando-a de forma simples , que cria um
maravilhoso contraste com a parte precedente.
“Nardis”
RICHIE
BEIRACH/GEORGE MRAZ/AL FOSTER
Elegy for
Bill Evans (Palo Alto, 1982)
Neste tributo de Richie a Bill Evans, sua interpretação de “Nardis”
de Miles é explosiva , vigorosa, completamente diferente da versão de Bill
Evans em “Explorations”. Richie fomenta grande interação entre ele, Mraz e
Foster.
“Pendulum”
RICHIE
BEIRACH
Elm (ECM,
1979)
“Pendulum” é baseada em uma melodia cromática e um ponto no
pedal, com hábil desenvolvimento do tema de Richie com interação sem emenda entre
os membros do trio (Mraz e o baterista Jack DeJohnette).
“Peace
Piece”
RICHIE
BEIRACH
The Snow
Leopard (Alfa, 1996)
Richie (com Mraz, o violinista Gregor Huebner e o baterista
Billy Hart) interpreta a clássica canção de Bill Evans em uma performance que cria um sentimento
profundamente hipnótico.
“Etude
(Op. 10 No. 3 in E Major)”
RICHIE
BEIRACH
Sunday
Songs (Blue Note, 1992)
Este é um excelente exemplo de uma pegada clássica de uma
peçam sendoreinventada como um veículo para uma improvisação jazzística. A progressão
melódica e harmônica é deslumbrante, e Richie a utiliza para criar um senso de
recomposição desta obra-prima de Chopin .
“Broken
Wing”
VARIOUS
ARTISTS
Some Other
Time: A Tribute to Chet Baker (Triloka, 1990)
“Broken Wing” é uma valsa melancólica que Richie escreveu
para Chet Baker e foi originalmente gravada por este. Nesta gravação, que
apresenta Mraz, Michael Brecker, Randy Brecker, John Scofield e Adam Nussbaum,
Randy interpetra belamente a melodia. Todos os solos encarnam sincera emoção.
“What Are the Rules?”
RICHIE
BEIRACH TRIO
Trust
(Evidence, 1996)
Este trio (com o baixista Dave Holland e DeJohnette) era a
seção rítmica de Stan Getz no período 1972-73 . “What Are the Rules?” é uma
peça livre exibindo a profundidade do trio e sua comovente química.
“Young
and Foolish”
VARIOUS
ARTISTS
Some Other
Time: A Tribute to Chet Baker (Triloka, 1990)
Em suas notas para o disco deste tributo a Baker, Richie
descreve o toque do trompetista como “emocionalmente honesto” , palavras que
adequadamente descreve seu próprio toque. Esta performance de “Young and Foolish” com uma muito criativa reharmonização,
onde em cada estribilho há um diferente grupo de variações, é extremamente
poderosa. E a destreza de Richie usa o espaço que permite a música respirar e a
peça desdobrar-se naturalmente.
Fonte : JazzTimes/ Lynne Arriale (é uma renomada pianista e compositora, cujo álbum
mais recente é “Solo” (Motéma),
resenhado neste blog em 03/12/2012. Ela estudou
com Beirach e considera-o seu mentor)
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