Apesar da cantora canadense Holly Cole e seus antigos
companheiros de trio, o pianista Aaron Davis e o baixista David Piltch, terem
lançado seu primeiro disco ao vivo há poucos meses atrás, cinco anos se
passaram da sua sessão em estúdio . Neste ínterim, Cole parece ter deslocado o
foco do deliciosamente peculiar para a
maturidade fria, com sua voz agora
matizada com um encantador toque granulado,
sua marca registrada com pensativa astúcia. Porém, a jocosidade sobressai e não diminui nem um pouco, e ela permanece
como uma das mais talentosas intérpretes que temos e sua harmonia com Davis e Piltch (aqui acrescida
pelo baterista Davide DiRenzo e vários convidados) está mais profunda que
antes.
Duas das suas paixões, cultura pop e Tom Waits, são
devidamente favorecidas. O passado emerge em uma interpretação sonhadora do
tema de décadas atrás de James Bond, “You Only Live Twice” e uma maliciosamente
desconstruída “Viva Las Vegas”. Sua obsessão por Waits revela-se com uma
esperta “Walk Away” erguida das profundezas de um rio pantanoso e “Whistlin’
Past the Graveyard” com sua sombria lugubridade habilmente influenciada pelo
sax e clarinete de Johnny Johnson, pelo trompete e flugelhorn de Kevin Turcottee e pelo trombone de William
Carn.
Cole toma “Goodtime Charlie’s Got the Blues” apenas de forma
correta, movendo-se lentamente a um melancólico passado, mas parando com um
pouco de angústia, progredindo como uma reveladora baladeira em uma finamente
aquecida “If You Go Away” e nos traz à memória que ela é uma compositora hábil
com a manhosa “You’ve Got a Secret”. Aqueles propensos a partilhar a premência
japonesa , também será tratado por uma sedutora e propulsiva combinação de
bongô e órgão em “The Tender Trap”, que troca a afetação de Sinatra pela
sutileza de Julie London .
Fonte :
JazzTimes / Christopher Loudon
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