
Talvez Bilal fosse um dedicado
praticante de jazz na
The New School for
Jazz and Contemporary Music, ou talvez seja a influência da companhia de
destacados jazzistas que ele mantem, mas qualquer que seja a razão, o vocalista
de 32 anos vem a ser um brilhante improvisador e visionário.
Não é coincidência que o título do seu novo disco, “A Love Surreal”, acene para
o álbum marcante de John Coltrane de 1964. A transição de acompanhante para
líder é uma tarefa árdua em qualquer círculo musical, mas em seu terceiro
lançamento solo, Bilal emerge das sombras das suas associações classe A , que
incluem estrelas do jazz tais como o tecladista Robert Glasper, como a realeza do hip-hop (
Common,
The Roots e o falecido
J
Dilla). Porém, em vez de tocar suas habituais sensibilidades alucinógenas
do rap, aqui o contorcionista vocal escolhe clássicos do
r&b como uma fundação de confiança, adaptando sua voz ao estilo
do fraseado de Donny Hathaway e à variedade de expressivas técnicas. As 14 faixas do programa apresentam fragmentos de
maçantes congestionamentos urbanos (“Astray”, “Climbing”), vislumbrando
expressivos reveses (“Never Be The
Same”) e sutis exercícios eletrônicos. A despeito de sua reputação como um
artista que representa uma interseção musical, Bilal não emprega um arsenal de
nomes conhecidos aqui, exceto por Glasper, cujo delicado acompanhamento no
piano acústico enreda-se com o impressivo falsete do vocalista em “Butterfly”. Este
álbum é uma demonstração estilística de Bilal, que
é um dos mais excitantes artistas
da atual paisagem musical, não importa qual o gênero.
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