O primeiro álbum solo do pianista Geoffrey Keezer em 13 anos
é saboroso, elegante e refinado. Expõe de forma completa sua habilidade técnica
e sua simplicidade em reimaginar canções
do pop e do rock. Arrisca-se sendo bastante precioso e às vezes margeia a
melancolia.
Oito das dez canções são reinterpretações, e as escolhas são
inspiradas e imprevistas. Toma coragem para lançar um disco solo de jazz com
uma interpretação de “Limelight” de Rush. Keezer retrabalha a canção até o
ponto onde só fragmentos são facilmente identificáveis. A melodia é retorcida para amoldar-se à maneira
que ele gostaria de ouví-la, e o faz porque assim causa surpresa. Keezer reformata
“Come Talk to Me” de Peter Gabriel em
similar estado de espírito, permitindo peças do tema fluir e empregando a mão
esquerda como um modelo de recurso rítmico.
Ainda, é duro abalar o sentimento como George Winston tocaria
esta canção e outras. Sem qualquer desrespeito ao Sr. Winston, a música de “Heart
of the Piano” parece carecer de emoção.
É mais um recital do que uma performance que comova a alma. Sem dúvida, Keezer
demonstra maravilhosa habilidade. Seus desvios são bem tramados, suas reflexões
bem constituídas. Porém, este é o
problema. Suas pegadas em “Still” de Alanis
Morissette e em “Suddenly I See” de K.T. Tunstall soa como irônicas e seu enfoque
nas baladas em duas menos conhecidas músicas escritas pelos pianistas Donald Brown ( “New York”) e James Williams (“Take
Time for Love”), não moveria você de qualquer lugar, só para dormir. Não há
nada realmente errado com o último lançamento de Keezer, mas sente-se mais cérebro
do que coração.
Faixas
1.
Limelight 5:00
2. My
Love is Like a Red Red Rose 6:17
3. Come
Talk to Me 5:48
4. New
York 3:08
5. Still
6:07
6.
Suddenly I See 5:47
7.
Chirizakura 2:50
8.
Lullaby for a Ladybug 6:15
9.
Grunion Run 3:04
10. Take
Time for Love 6:24
Fonte:
Steve Greenlee (JazzTimes)
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