
“Há forte presença marroquina no bumba meu boi e a matraca,
instrumento de percussão do folguedo brasileiro, tem o mesmo nome no país”,
constata Taubkin. Nos ensaios logo afloraram sintonias entre os grupos nos
improvisos (“bastante presentes na cultura deles”) e na percussão de
instrumentos como karkabou, um antecessor da castanhola, derbak (próximo do
atabaque) e um pandeirão similar aos usados no Maranhão. “A melodia e o ritmo
são o foco da música local. Acrescentamos harmonias, discretas, sem grandes
invenções, buscando preservar os aspectos dessa música”, detalha.
Das sete faixas, quatro são composições marroquinas (Hamdouchia, tradicional, na voz angulosa
de Mehdi) e há um estimulante acasalamento entre o ponto do terreiro Rendadá,
do Embu paulista, Adeus Meu Lírio Verde
(na voz de Colares) e o responsório de Berma Sosanbi, outra peça do folclore
local. O alaúde insinua-se em O Deserto É
Aqui, de Benjamin, cujo piano trafega com desembaraço entre as duas
sintaxes, assim como o acordeom de
Lulinha, nos desenhos de Hijaz (de
Rachid)ou no calço afro-nordestino de
Quilombo (Colares). Al Qantara (A Ponte) inaugura novas e
fluentes autopistas entre as duas culturas.
Faixas
1- O Deserto é aqui
2- Hamdouchia
3- Salsabile
4- Berma Sosanbi e Adeus meu Lírio Verde
5- Variação em temas tradicionais
6- Hijaz
7- Quilombo
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
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