DARCY JAMES ARGUE´S SECRET SOCIETY – BROOKLYN BABYLON (New Amsterdam)

Nós definimos os músicos pelos instrumentos que eles tocam. Darcy James Argue é um destes raros , artistas mágicos cujo instrumento é a orquestra. Com “Brooklyn Babylon”, na última gravação de Argue com os 18 membros da Secret Society, ele responde a questão do que é contíguo ao jazz. Primeiro, há a ambição. Composição, ensaio e gravação para este grupo é um massivo empreendimento  guiado com graça. Segundo, há a visão.As pessoas perguntam : “ O que é jazz?” e Deus ri . Assim  faz Argue. Em “Brooklyn Babylon”, Argue recusa-se a ser facilmente enquadrado e definido, exceto por uma palavra: maravilhoso. O mundo inteiro da música está nas pontas dos seus dedos, e ele utiliza tudo para evocar sua ideia sobre a cena  musical contemporânea do Brooklyn. “Prologue” tem o sentimento de banda de metais dos Bálcãs. “Construction + Destruction” passeia agourenta  e poderosa como um thriller de Hitchcock . “Missing Parts” tece clássicas nuances, linhas europeias de metais , percussão do Oriente Médio, o queixume do sax barítono de Josh Sinton e uma potente seção rítmica, tudo em um período curto de cinco minutos. A melhor parte é que faz todo o sentido. “Grand Opening” inicia como uma marcha que faria J.P. Sousa orgulhoso, mas rapidamente lança-se em uma ultramoderna composição onde um atmosférico solo de flauta de Erica von Kleist é especialmente notável. Além da música em si, há a estória por trás. Argue concebeu “Brooklyn Babylon” em colaboração com novelista gráfico Danijel Zezelj, cujo trabalho evoca um mítico Brooklyn , onde uma cidadela do passado, presente e futuro colide. A música está ajustada a um capacitado parceiro para a narrativa visual. Argue estreou  a peça multimídia ao vivo —completa com imensos gráficos—na Brooklyn Academy of Music  em  2011 , e alguns dos trabalhos de arte de Zezelj estão incorporados na arrasadora embalagem do CD “Brooklyn Babylon”. Para maior compreensão do projeto, observe a material publicada na Downbeat de junho deste ano com Argue. Entretanto , adquira o álbum. É algo para gerações.

Faixas: Prologue; The Neighborhood; Interlude #1: Infuse; An Invitation; Interlude #2: Enjoin; The Tallest Tower In The World; Interlude #3: Enthrall; Construction + Destruction; Interlude #4: Bewail; Builders; Interlude #5: Unmoored; Missing Parts; Interlude #6: Arise; Grand Opening; Interlude #7: Aloft; Coney Island; Epilogue.

Músicos: Erica von Kleist: piccolo, flauta, flauta alto, sax soprano , sax alto, eletrônica; Rob Wilkerson: flauta, clarinete, sax soprano , sax alto; Sam Sadigursky: clarinete, sax tenor ; John Ellis: clarinete, clarinete baixo, sax tenor; Josh Sinton: clarinete, clarinete baixo, clarinete contrabaixo , sax barítono; Seneca Black: trompete, fluegelhorn; Tom Goehring: trompete, fluegelhorn; Matt Holman: trompete, fluegelhorn; Nadje Noordhuis: trompete, fluegelhorn; Ingrid Jensen: trompete, fluegelhorn, eletrônica; Mike Fahie: euphonium, trombone; Ryan Keberle: trombone; James Hirschfeld: trombone, tuba; Jennifer Wharton: trombone baixo, tuba; Sebastian Noelle: violão e guitarra; Gordon Webster: piano acústico e elétrico, melódica: Matt Clohesy: baixo elétrico e acústico ; Jon Wikan: bateria, tapan, surdo, cajón, shaker, tamborim, percussão; Darcy James Argue: compositor, maestro.

Fonte: FRANK ALKYER (DownBeat)