playlist Music

sábado, 23 de novembro de 2013

FERENC NEMETH – TRIUMPH (Dreamers Collective)

A capa do terceiro álbum de Ferenc Nemeth como líder representa o malabarismo de 13 baquetas conduzidas por percussionistas de jazz da Hungria, todos suspensos no ponto culminante, uma imagem ajustada para esta vertiginosa coleção de polirritmias e curiosos compassos compostos inteiramente por Nemeth. Com um sexteto de instrumentos de sopro de palheta como pano de fundo, Joshua Redman, Kenny Werner e Lionel Loueke vêm prontos para a festa, que é certamente mais classicamente influenciada do que eles costumam fazer.

Nemeth vem de uma formação clássica, tendo estudado no Richter János Conservatory e na  Franz Liszt Academy of Music  da Hungria antes de obter sua proficiência no jazz em Berklee, onde encontrou Nicolas Sorin, que fez os arranjos das partes dos instrumentos de sopro de palheta , e Loueke, com quem ele formou o trio multicultural Gilfema (O encerramento da faixa “Hope II” remove qualquer dúvida sobre a conexão mental dos dois). Nemeth graduou-se no New England Conservatory, onde claramente absorveu a estética da terceira via (Third Stream ) de Gunther Schuller. Ele habilmente faz a ponte entre as árvores genealógicas musicais da Hungria, formadas pelos gigantes Béla Bartók e Franz Liszt, e Elvin Jones em seu curso mais livre.

O álbum inicia com um lancinante uso do pedal da guitarra, seguido pela fantasmagórica entrada de Redman, Werner e Nemeth (nos pratos), um som agourento que parece invocar os espíritos do folclore húngaro. Ela torna-se harmônica na potência da faixa título, que incorpora ritmos funk e ingressa no território desvairado dos  Three Quartets  de Chick Corea. A presença de Michael Brecker é sutilmente sentida, com a agilidade das sucessões de notas de Redman e a tranquilidade do tenor complementada pelas vocalizações de Loueke. Nemeth fragmenta o álbum com quatro interlúdios: um sonoro solo de guitarra de Loueke; um duo livre entre bateria e saxofone; um solo de bateria de Nemeth, sintonizando as comedidas e rítmicas ideias de Max Roach; e Werner só ao piano, na qual sente-se quase como uma peça perdida dos estudos  “Transcendental” de  Liszt.

Faixas: Intro; Triumph; Interlude I; Purpose; Interlude II; Joy; Interlude III; Longing; Hope; Interlude IV; Sorrow and Wishful Thinking; Hope II.

Músicos: Joshua Redman: saxofones tenor e soprano; Kenny Werner: piano; Lionel Loueke: guitarra, voz; Ferenc Nemeth: bateria, percussão; Barbara Togander: voz; Juampi Leone: flauta; Carlos Michelini: clarinete; Martin Pantyrer: clarinete baixo, saxofone barítono; Richard Nant: trompete, flugelhorn; Maria Noel Luzardo: oboé.


Fonte : JazzTimes / Aidan Levy

Nenhum comentário: