Com 2013 em pleno
outono norte-americano, há um tempo bom para suprir-se de um selo que
tem sido com frequência (falsamente) acusado de minimizar o país onde o jazz começou.
Excluindo-se reedições, os lançamentos da série regular deste ano da ECM é representada
em cerca de 30% por líderes americanos, dando uma natureza crescentemente
global ao jazz, sólida e , melhor ainda, quando se considera a consistência
qualitativa da ECM. Da impressiva estreia de Chris Potter como líder no selo com o disco “The Sirens” a Craig Taborn, que
expande as fronteiras em “Chants”, ao
definitivo “Into the Woodwork” de Steve Swallow, a ênfase da ECM nunca tem sido
sobre a localização geográfica. Simplesmente, é sobre boa música, esteja onde
estiver. Este ano, em adição à soberba música da Grã-Bretanha, Noruega, Itália,
Países Baixos e Polônia, há claramente uma plenitude de música vinda especialmente de Nova York.
“Baida” é a estreia
de Ralph Alessi como líder na ECM. O trompetista primeiro apareceu no selo no pouco reconhecido “Circa (1997)”
de Michael Cain, mas ele está gradualmente construindo uma pequena mas significante
discografia como líder e sendo demandado para gravações por todo mundo, indo de
Uri Caine e Scott Colley a Drew Gress
e Joel Harrison . Gress é, de fato, o baixista escolhido por Alessi para
“Baida”, que reúne novamente o mesmo
quarteto responsável pelas faixas de “Cognitive Dissonance (Cam Jazz, 2010)”, um
álbum que levanta uma questão
bem apropriada: porque Alessi não estabeleceu seu nome como contemporâneos como
Dave Douglas (os dois nascidos com 19 dias
de diferença)?
A primeira resposta , provavelmente, está na avançada
perspicácia de Douglas nos negócios com a sua gravadora Greenleaf , resultando em
considerável exposição. Alessi, por outro lado, permanece estritamente com a
música. Porém que maravilhosa música é. Alessi pode, às vezes, inclinar-se para o cerebral, como ele faz em "Gobble
Gobblins" girando em torno da pulsação implacável do pianista Jason Moran,
com o baterista Nasheet Waits (fazendo a
sua estreia no selo) assentando firmemente com Gress, uma marcha militar
lentamente abrindo caminho para maior expressionismo sob as tendências
virtuosísticas e brilhantes de Alessi, polindo a entonação. As coisas
desdobram-se de forma mais avançada quando Moran, que , na meia década passada,
apresentou algumas das suas melhores exibições na ECM em gravações com Charles Lloyd ,
Paul Motian ...e agora, Alessi, interpretando em sua parte composicional com arrebatado estado de espírito. Gress , assumindo um papel em desacordo com a
inflexibilidade, que é algo que solidificam as coisas completamente.
Alessi prova sua capacidade para compor melodias com um
suavemente contrapontual trompete/piano duo que apresenta a baladesca "Maria Lydia". Ainda que lento não
sempre significar lírico, como as duas versões de "Baida", que suporta
a gravação, são delicadas mais melancólicas e mesmo assim angulosas com a embocadura
de Alessi , surdina e um desentupidor de pia criando articulações próximas de
um vocal, alinhado ao pontilhismo das reviravoltas de Moran e fluidez sobre o
suporte em rubato de Gress e Waits. "Chuck Barris" , por outro lado,
balança com complexidade rítmica a brilhante entonação de Alessi, engajando-se
enfaticamente com as maciças respostas de Moran.
Movendo-se para a ECM
e renunciando a produção para Manfred Eicher ambos contribuem para “Baida”, representando
a chegada atrasada de Alessi. Mais aberto, mais translúcido e algo mais
intrinsicamente puro, “Baida” dá as boas vindas a Alessi na gravadora cuja
natural habilidade para encontrar e
formular boa música cheia de energia permanece sem paralelo e fundamental para
contínuo sucesso e reputação.
Faixas:
Baida; Chuck Barris; Gobble Goblins; In-Flight Entertainment; Sanity; Maria
Lydia; Shankl; I Go, You Go; Throwing Like a Girl; 11/1/10; Baida (reprise).
Músicos: Ralph Alessi: trompete; Jason Moran:
piano; Drew Gress: baixo; Nasheet Waits: bateria.
Gravadora: ECM Records
Estilo: Jazz Moderno
Fonte: JOHN
KELMAN (AllAboutJazz)
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