Você sabe que em uma orquestra organizada por William Parker para
homenagear Duke Ellington, o resultado é algo amplo e estupendo e “Essence of Ellington” não
desaponta. Aos 60, Parker tem evidente satisfação em ser um renegado, ao mesmo
tempo, pelos adeptos do free-jazz e pelos tradicionalistas. O
lançamento destas duas horas de concerto ao vivo em Milão em Fevereiro de 2012 segue
suas duas horas de concertos dedicado à música de Curtis Mayfield e suas
magnificentes e exaustivas três horas de trabalhos de solo de baixo.
O inconquistável
repertório de Ellington, com suas indeléveis melodias, é suave e possui irresistível senso de suíngue e simultaneamente abarca orquestrações sutis e expressões individuais
inteligentes. É um terreno ideal para Parker e sua recente, ambiciosa e
torrencial energia criativa. Explorando uma dúzia de vigorosas canções
familiares —incluindo quatro dos dias da Little
Huey Creative Orchestra, quatro do projeto de Mayfield e notáveis talentos do
tenor e professor icônico de New , Kidd
Jordan, e o auspicioso saxofonista alto Darius Jones—o baixista faz a viagem da
banda através de “Sophisticated Lady” , vagueando em “Take the ‘A’ Train” e explorando “Caravan” de
Juan Tizol com elevação, vociferando enfurecido. Estatelado no meio da
relativamente curta e excelente interpretação de “In a Sentimental Mood”, estão as performances
do pianista Dave Burrell, Jones e do cantor Ernie Odoom.
Parker contribui com inéditas inspiradas em Ellington,
incluindo a faixa título e “Essence of Sophisticated Lady”. Ele também escreveu
a abertura “Portrait of Louisiana” dedicada ao educador e trompetista de New
Orleans Clyde Kerr, que inicialmente é reforçada pelo tórrido tenor de Jordan sobre a formidável seção rítmica de Parker e do
baterista Hamid Drake.
Das não ofertadas por Ellington, a minha favorita é “Take
the Coltrane” descrita por Parker como apenas “um blues em Fá” na qual, como Little Huey há 20
anos atrás, a banda é “auto-conduzida” , capaz de penetrar ou relaxar nas suas
reservas individuais. Inevitavelmente há um ponto de ebulição onde Odoom inicia
com um scat como uma linguagem Pentecostal, que não deve ser associada ao caos e à
dissonância de Ellington. Porém a prolixa definição de Parker para a essência
de Ellington conforme inicia as notas do disco, é como se ela fosse “o salto, a
liberdade, tudo assentado no blues”. É a essência de Parker, também.
Faixas
CD 1
1.
Introduction 3:12
2.
Portrait of Louisiana 20:14
3.
Essence of Sophisticated Lady / Sophisticated Lady 26:37
4. Take the Coltrane 21:09
CD 2
1. In a
Sentimental Mood 7:27
2. Take
the A Train / Ebony Interlude 16:34
3.
Caravan 23:15
4. The
Essence of Ellington 14:12
Fonte: JazzTimes /Britt Robson
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