O passado par de anos tem apresentado, retardadamente, um reconhecimento maior para o
falecido e grande trompetista Woody Shaw. No último ano, a Sony
Legacy trouxe “The Complete Woody Shaw Columbia Albums Collection”, uma
caixa com 6 CDs do período de 1977-1981 com o icônico selo. Agora vem sete
discos da Mosaic ,bem elaborados. de
Shaw para o pequeno selo (e agora
extinto) Muse Records , um parêntese dos
seus anos de experiência na Columbia.
Shaw tinha 29 anos e
já tinha feito um nome , quando chegou ao selo Muse em 1974, através de um trabalho de acompanhante com Eric
Dolphy, Horace Silver, Art Blakey e outros, e um par de álbuns como líder. No
meado dos anos 70, o jazz tradicional estava passando por momentos difíceis,
mas você saberia sobre o trabalho de Shaw na Muse Records. Seus primeiros dois
álbuns são empolados trabalhos de estúdio, “The Moontrane” (cuja canção título Shaw
compôs para seu ídolo John Coltrane) e “ Love Dance”. “Obsequious”, uma flamejante
peça da verve de Shaw para seu velho companheiro de jornada de Newark , Larry
Young, inicia o lançamento de Love Dance, que apresenta nove peças impulsionadas
por uma banda com dois saxes (Billy
Harper, Rene McLean), trombone (Steve Turre), congas (Tony Waters) e percussão
(Guilherme Franco). A mesma canção é também o ponto alto do terceiro álbum de Shaw
para a Muse, “The Woody Shaw Concert
Ensemble Live at the Berliner Jazztage”, com Shaw e o trombonista Slide Hampton
possibilitando exuberantes desafios para cada um ( e os saxofonistas McLean e
Frank Foster atuando do mesmo modo). Outro álbum de estúdio, “Little Red’s
Fantasy”, que segue , a faixa título é um tributo a Maxine Gregg (a mãe do
filho de Shaw, Woody Shaw III, e futura esposa de Dexter Gordon). A bela faixa
do pianista Ronnie Mathews, “Jean Marie”, é ouvida aqui e no álbum ao vivo.
O próximo par de álbuns da Muse estabeleceu o passado e o futuro. “In the Beginning” foi gravado
para a atual Blue Note em 1965, com
um mutável time de ótimos acompanhantes ,incluindo Joe Henderson, Larry Young,
Herbie Hancock, Ron Carter, Paul Chambers e Joe Chambers. Alfred Lion passou as
fitas para Shaw, após a venda do selo, e a Muse
lançou o disco em 1983. Sua mais intrigante faixa é “Cassandranite”, uma
composição de Shaw com toque de Dolphy que o revela como um grande inovador do
trompete com impecável e clássica
técnica e uma entonação aguda e
estridente. “The Iron Men”, gravado em 1977 e lançado em 1981, também referencia
Dolphy: Shaw gravou duas canções, a composta por Dolphy, “Iron Man” e “Jitterbug
Waltz” de Fats Waller com seu antigo chefe. Na sua “The Iron Men”, Shaw está junto a Anthony Braxton, Arthur Blythe, Muhal
Richard Abrams, Cecil McBee e Victor Lewis. “Song of Songs” de Shaw e “Symmetry” de Andrew Hill preenchem o disco, ao lado de
duas peças em trio interpretadas por Shaw, Abrams e McBee. Braxton em notas abrangentes de Woody Shaw III, relembra
seu prazer na escolha de “Symmetry” para o álbum, adicionando: “Se Woody Shaw tivesse
dito, ‘Deixe tocar “Pop Goes the Weasel” eu teria dito, Sim , senhor!’”
A observação parece menos irreal quando Shaw passa para a
arte de canções inovadoras em “Spiderman Blues” e “The Woody Woodpecker Song”. O
criador aumenta o som em “Setting Standards”, uma sessão em quarteto de 1983 com
Cedar Walton, Buster Williams e Victor Jones. “Woodpecker” está em “Solid”, nomeado
para a interpretação de um blues de Sonny Rollins e cuja banda suporte inclui os
Kennys : Garrett e Barron. Duas particulares joias no álbum final da Muse , “Imagination”—gravado em 1987, dois
anos antes da trágica e prematura morte de Shaw—são “Dat Dere” de Bobby Timmons
e “Stormy Weather” apresentando o
mundano trombone surdinado de Turre.
Porém não há música nada modelar para ser encontrada aqui. “Nos últimos trinta anos, músicos estão
explorando as rupturas do seu pai, senhor”, Braxton conta para Woody Shaw III em suas
notas. “Eles não falam e em alguns casos eles nem sabem de onde isto veio”.
Talvez a Mosaic ajude a clarificar o assunto para alguns deles.
Fonte: Bill
Beuttler (JazzTimes)
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