Quando uma antiga gravação de jazz não lançada anteriormente
aparece, há sempre uma estória. Porém sentimentais
notas para o disco de Mark Gardner fazem um trabalho pobre, contando-a. Você tem que fazer sua própria pesquisa na
biografia e discografia de Dexter Gordon para reparar a narrativa por trás de “Satin
Doll”.
Gordon, um dos primeiros saxofonistas tenor bop, viveu na Europa nos anos 60 e no
início dos anos 70. Ele tinha uma agenda fixa no Jazzhus
Montmartre em Copenhagen, e muitos dos seus trabalhos foram gravados para
transmissão através da emissora de rádio da Danish
Broadcasting Corporation. “Satin
Doll” foi realizada em 29 de Junho de 1967. Em 1997, a Blue Note lançou
parte daquela noite como “The Squirrel”. O resto estava perdido até este disco.
A banda é formada pelo pianista Kenny Drew, o jovem baixista dinamarquês Bo
Stief e o baterista Art Taylor.
As músicas são soltas, em forma bruta e enfadonhas. Gordon não
está fazendo uma gravação. É apenas mais uma noite em sua vida. Ele sopra com
um incomum descuido, mas também com premente paixão. Ele inicia com “Billie’s
Bounce” com um guincho em oito minutos
de ataque furioso, incoerentes transições,
poderoso na densidade do seu conteúdo blueseiro. Ao longo de “It’s You or No One” ele aterriza, chamusca o
terreno ao redor de uma constelação de ideias, buscando por mais temas. Ele
está à margem de perder o controle, e
ele permanece lá toda a noite.
A especial energia
inicia com Taylor. Sua atuação na bateria é feroz e livre. Desafortunadamente o som
monofônico deste álbum é cru e feio. O
balanço está distante dos irregulares petardos
de Taylor que você ouve , mas é muito melhor que sua atuação nos pratos, e o
efeito é confuso.
29 de Junho de 1967 foi uma noite bravia, mas a discografia
de Gordon é ampla, com muitas coisas importantes e álbuns bem produzidos pela Blue Note e Columbia. “Satin Doll” é para colecionadores de Gordon.
Fonte: JazzTimes / Thomas Conrad
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