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domingo, 8 de dezembro de 2013

STACEY KENT – THE CHANGING LIGHTS (2013)

Stacey Kent é uma história de sucesso no jazz, não apenas em termos de seu talento, mas também em termos de sua popularidade internacional, com seus três discos anteriores atingindo um total em torno de 500.000 cópias vendidas. O que a faz tão bem sucedida?. “The Changing Lights”, seu décimo álbum, demonstra todas as suas qualidades.

O material é uma combinação de inéditas e standards: os arranjos, todos , exceto um , foram feitos por Jim Tomlinson, que atua para realçar as qualidades vocais de Kent. Os músicos  são um genuíno quem é quem do que há de melhor no jazz da Grã-Bretanha. Acima de tudo, há sua voz brilhante, mas expressiva, sedutora  e evocativa, se ela está cantando em inglês, francês ou português.

Kent tem uma história de trabalho com excelentes músicos e “The Changing Lights” continua esta fina tradição. Tomlinson está soberbo ao longo do trabalho. Seu som no saxofone tenor é um dos mais calorosos e expressivos no jazz, como evidenciado em seu solo em "O Barquinho", que também apresenta  a suave guitarra do seu coautor Roberto Menescal . O baixista Jeremy Brown  e o pianista Graham Harvey  formam uma suingante seção rítmica,  , partilhada por Matt Home  ou Joshua Morrison na bateria ,enquanto a guitarra elétrica de John Parricelli enriquece a sonoridade quer ele esteja acompanhando ou solando.

Os standards em “The Changing Lights” incluem "Smile" de  Charlie Chaplin, "This Happy Madness" de Tom Jobim, Vinicius De Moraes e Gene Lees ,"One Note Samba"  de Jobim e Newton Mendonca, que apresenta Tomlinson na flauta. Kent e Tomlinson tratam cada uma com respeito , embalando as versões que são facilmente reconhecíveis.  Kent, ainda, manobra para focar nas letras e persuadir-nos que as palavras e suas concomitantes emoções conta-nos de suas próprias experiências. Kent e os músicos abordam  "How Insensitive"  de Jobim, De Moraes e Norman Gimbel com fantástico controle e restrição, não obstante criam uma atmosfera  que é carregada com o sentimento da cantora ao final de um caso de amor. Sem empolação, sem uma simples extravagância musical ou lírica, apenas uma performance de absoluta beleza.

Tomlinson coescreveu seis das músicas de “The Changing Lights”. Três canções continuam a ligação com a novelista e letrista Kashuo Ishiguro , que começou em “Breakfast On The Morning Tram (Blue Note, 2007)”. Duas delas criam narrativas em torno da ideia de viagem com alguém amado em torno de um continente em "The Summer We Crossed Europe In The Rain" e através de uma cidade em "The Changing Lights".

A terceira das contribuições de Ishiguro, "Waiter, Oh Waiter",exibe o talento de Kent para as estórias do lado mais luminoso da vida assim como ela demanda ao empregador para ajudá-la a entender , em um cenário de pesadelo, um menu que ela não compreende. Ela não é exatamente arrebatadora nas emoções profundas de "How Sensitive" ou em  "This Happy Madness",mas é generosamente jocosa  na narrativa e adiciona outra dimensão à experiência  que Kent traz em “The Changing Lights”.

Faixas: This Happy Madness; The Summer We Crossed Europe In The Rain; One Note Samba; Mais Uma Vez; Waiter, Oh Waiter; O Barquinho; The Changing Lights; How Insensitive; O Bêbado E A Equilibrista / Smile; Like A Lover; The Face I Love; A Tarde; Chanson Légère.

 Músicos: Stacey Kent: vocal, guitarra (8); Jim Tomlinson: saxofones tenor  e soprano, flauta; Graham Harvey: piano, Fender Rhodes; Jeremy Brown: baixo; Roberto Mensecal: guitarra (6, 12); John Parricelli: guitarra (2-5, 10, 13); Matt Home: bateria (1, 7, 8, 11); Joshua Morrison: bateria (2-5, 10, 13); Raymundo Bittencourt: ganzá (6).

Gravadora: Warner Jazz


Fonte: Bruce Lindsay (AllAboutJazz)

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