Stacey Kent é uma história de sucesso no jazz, não apenas em
termos de seu talento, mas também em termos de sua popularidade internacional, com
seus três discos anteriores atingindo um total em torno de 500.000 cópias
vendidas. O que a faz tão bem sucedida?. “The Changing Lights”, seu décimo álbum,
demonstra todas as suas qualidades.
O material é uma combinação de inéditas e standards: os arranjos, todos , exceto
um , foram feitos por Jim Tomlinson, que atua para realçar as qualidades vocais
de Kent. Os músicos são um genuíno quem
é quem do que há de melhor no jazz da Grã-Bretanha. Acima de tudo, há sua voz
brilhante, mas expressiva, sedutora e
evocativa, se ela está cantando em inglês, francês ou português.
Kent tem uma história de trabalho com excelentes músicos e “The
Changing Lights” continua esta fina tradição. Tomlinson está soberbo ao longo
do trabalho. Seu som no saxofone tenor é um dos mais calorosos e expressivos no
jazz, como evidenciado em seu solo em "O Barquinho", que também
apresenta a suave guitarra do seu
coautor Roberto Menescal . O baixista Jeremy Brown e o pianista Graham Harvey formam uma suingante seção rítmica, , partilhada por Matt Home ou Joshua Morrison na bateria ,enquanto a
guitarra elétrica de John Parricelli enriquece a sonoridade quer ele esteja
acompanhando ou solando.
Os standards em “The
Changing Lights” incluem "Smile" de
Charlie Chaplin, "This Happy Madness" de Tom Jobim, Vinicius
De Moraes e Gene Lees ,"One Note Samba" de Jobim e Newton Mendonca, que apresenta
Tomlinson na flauta. Kent e Tomlinson tratam cada uma com respeito , embalando
as versões que são facilmente reconhecíveis. Kent, ainda, manobra para focar nas letras e
persuadir-nos que as palavras e suas concomitantes emoções conta-nos de suas próprias
experiências. Kent e os músicos abordam
"How Insensitive" de Jobim,
De Moraes e Norman Gimbel com fantástico controle e restrição, não obstante
criam uma atmosfera que é carregada com
o sentimento da cantora ao final de um caso de amor. Sem empolação, sem uma
simples extravagância musical ou lírica, apenas uma performance de absoluta
beleza.
Tomlinson coescreveu seis das músicas de “The Changing
Lights”. Três canções continuam a ligação com a novelista e letrista Kashuo Ishiguro
, que começou em “Breakfast On The Morning Tram (Blue Note, 2007)”. Duas delas
criam narrativas em torno da ideia de viagem com alguém amado em torno de um continente
em "The Summer We Crossed Europe In The Rain" e através de uma cidade
em "The Changing Lights".
A terceira das contribuições de Ishiguro, "Waiter, Oh
Waiter",exibe o talento de Kent para as estórias do lado mais luminoso da
vida assim como ela demanda ao empregador para ajudá-la a entender , em um
cenário de pesadelo, um menu que ela não compreende. Ela não é exatamente
arrebatadora nas emoções profundas de "How Sensitive" ou em "This Happy Madness",mas é
generosamente jocosa na narrativa e
adiciona outra dimensão à experiência que
Kent traz em “The Changing Lights”.
Faixas:
This Happy Madness; The Summer We Crossed Europe In The Rain; One Note Samba;
Mais Uma Vez; Waiter, Oh Waiter; O Barquinho; The Changing Lights; How
Insensitive; O Bêbado E A Equilibrista / Smile; Like A Lover; The Face I Love;
A Tarde; Chanson Légère.
Músicos: Stacey Kent: vocal, guitarra (8); Jim
Tomlinson: saxofones tenor e soprano, flauta;
Graham Harvey: piano, Fender Rhodes; Jeremy Brown: baixo; Roberto Mensecal:
guitarra (6, 12); John Parricelli: guitarra (2-5, 10, 13); Matt Home: bateria
(1, 7, 8, 11); Joshua Morrison: bateria (2-5, 10, 13); Raymundo Bittencourt:
ganzá (6).
Gravadora:
Warner Jazz
Fonte:
Bruce Lindsay (AllAboutJazz)
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