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domingo, 5 de janeiro de 2014

AARON PARKS – ARBORESCENCE (2013)

Lenta, mas seguramente, sobre os diversos anos passados, a ECM Records manteve um relacionamento com alguns dos mais impressivos músicos de Nova York City — não significa nenhuma proeza, a despeito da Big Apple não ser a meca do jazz como já foi,  mas certamente permanece um local brilhante para alguns dos mais criativos músicos do mundo, indo do trompetista Ralph Alessi , dos saxofonistas Tim Berne  e Chris Potter , aos pianistas David Virelles , Jason Moran  e Craig Taborn — todos representados, como convidados ou líderes, em alguns das mais determinadas e impressivas músicas lançadas em tempos recentes , não apenas no precursor selo alemão, mas em qualquer lugar e período.


Adicione-se à lista o pianista Aaron Parks, que, como a primeira soberba gravação de Taborn como líder para o selo (“Avenging Angels” de 2011), faz sua estreia na ECM contribuindo com outra fina porção para o selo, que através de quatro décadas começou com “Piano Improvisations Vol. 1 (1971”) de Chick Corea e  “Facing You (1972)” de Keith Jarrett, definindo os limites do teste contra os quais todas as subsequentes gravações de piano solo são medidas.

Parks é uma raridade:  um jovem músico, no tempo em que tais coisas são difíceis se não impossíveis, que dispendeu seus primeiros poucos anos profissionais acompanhados por um músico veterano, no caso Terence Blanchard. O trompetista encontrou Parks quando o pianista tinha 15 anos, contratando-o três anos depois e dando-lhe uma oportunidade nas atuações na estrada e em estúdio, assim  quando Parks acelerou seus passos com o seu aclamado “Invisible Cinema (Blue Note, 2008)”, ele estava bem e verdadeiramente pronto.

Nos anos seguintes, Parks veio a ser crescentemente demandado, incluindo a associação com  o igualitário James Farm , o comprometimento com seu epônimo de estreia pela Nonesuch em 2011 confiantemente apresentado como as mais recentes performances ao vivo , e com Kurt Rosenwinkel , cujo “Star of Jupiter (Wommusic, 2012)” representou , ainda, outro marco na  carreira para o ascendentemente móvel guitarrista.
 
Nenhum deles trabalhou para “Arborescence”, uma suíte de onze criações largamente espontâneas, que refletem muitas boas pedras de toque enquanto, ao mesmo tempo, expressam-se com uma voz completamente maturada , agora claramente assertiva de sua personalidade. A abertura "Asleep in the Forest" e a melancolicamente pastoral "Elsewhere" tem um sentimento de familiaridade com o compositor francês Erik Satie, que foi atraído pelos bosques do  noroeste dos Estados Unidos (onde Parks cresceu) em vez do estuário do Rio Sena no Noroeste da França. Minimalísticas alusões impregnam o compulsivo tema em  "In Pursuit", onde o virtuosismo de Parks—nunca um fim, apenas um meio—é mais dominante, enquanto o enviezado e , às vezes, recôndito lirismo de "Branchings" e "Past Presence" sugerem inovações de Paul Bley no domínio da composição espontânea, a despeito da voz independente de Parks, um constante delineador através dos 50 minutos deste trabalho.

Com Parks passando dos 30 anos uma semana antes do lançamento de “Arborescence” em 15 de Outubro passado, o marco histórico do pianista continua a acelerar. Seu trabalho passado foi consistentemente marcante, mas “Arborescence” representa o verdadeiro divisor de águas da chegada de Parks a um grupo de artistas, cujo futuro será mais brilhante com o passar dos anos.

Faixas: Asleep in the Forest; Toward Awakening; Past Presence; Elsewhere; In Pursuit; Squirrels; Branching; River Ways; A Curious Bloom; Reverie; Homestead.

Músico: Aaron Parks: piano.

Gravadora: ECM Records

Estilo: Jazz Moderno

Para conhecer um pouco deste trabalho, assista ao vídeo abaixo:

Fonte: JOHN KELMAN  (AllAboutJazz)


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