Lenta, mas seguramente, sobre os diversos anos passados, a ECM Records manteve um relacionamento
com alguns dos mais impressivos músicos de Nova York City — não significa
nenhuma proeza, a despeito da Big Apple
não ser a meca do jazz como já foi, mas certamente
permanece um local brilhante para alguns dos mais criativos músicos do mundo,
indo do trompetista Ralph Alessi , dos saxofonistas Tim Berne e Chris Potter , aos pianistas David Virelles
, Jason Moran e Craig Taborn — todos
representados, como convidados ou líderes, em alguns das mais determinadas e
impressivas músicas lançadas em tempos recentes , não apenas no precursor selo
alemão, mas em qualquer lugar e período.
Adicione-se à lista o pianista Aaron Parks, que, como a
primeira soberba gravação de Taborn como líder para o selo (“Avenging Angels”
de 2011), faz sua estreia na ECM
contribuindo com outra fina porção para o selo, que através de quatro décadas
começou com “Piano Improvisations Vol. 1 (1971”) de Chick Corea e “Facing You (1972)” de Keith Jarrett, definindo
os limites do teste contra os quais todas as subsequentes gravações de piano
solo são medidas.
Parks é uma raridade: um jovem músico, no tempo em que tais coisas
são difíceis se não impossíveis, que dispendeu seus primeiros poucos anos
profissionais acompanhados por um músico veterano, no caso Terence Blanchard. O
trompetista encontrou Parks quando o pianista tinha 15 anos, contratando-o três
anos depois e dando-lhe uma oportunidade nas atuações na estrada e em estúdio,
assim quando Parks acelerou seus passos
com o seu aclamado “Invisible Cinema (Blue Note, 2008)”, ele estava bem e
verdadeiramente pronto.
Nos anos seguintes, Parks veio a ser crescentemente
demandado, incluindo a associação com o
igualitário James Farm , o comprometimento com seu epônimo de estreia pela Nonesuch em 2011 confiantemente
apresentado como as mais recentes performances ao vivo , e com Kurt Rosenwinkel
, cujo “Star of Jupiter (Wommusic, 2012)” representou , ainda, outro marco
na carreira para o ascendentemente móvel
guitarrista.
Nenhum deles trabalhou para “Arborescence”, uma suíte de
onze criações largamente espontâneas, que refletem muitas boas pedras de toque
enquanto, ao mesmo tempo, expressam-se com uma voz completamente maturada ,
agora claramente assertiva de sua personalidade. A abertura "Asleep in the
Forest" e a melancolicamente pastoral "Elsewhere" tem um
sentimento de familiaridade com o compositor francês Erik Satie, que foi
atraído pelos bosques do noroeste dos
Estados Unidos (onde Parks cresceu) em vez do estuário do Rio Sena no Noroeste
da França. Minimalísticas alusões impregnam o compulsivo tema em "In Pursuit", onde o virtuosismo de Parks—nunca
um fim, apenas um meio—é mais dominante, enquanto o enviezado e , às vezes, recôndito
lirismo de "Branchings" e "Past Presence" sugerem inovações
de Paul Bley no domínio da composição espontânea, a despeito da voz
independente de Parks, um constante delineador através dos 50 minutos deste trabalho.
Com Parks passando dos 30 anos uma semana antes do
lançamento de “Arborescence” em 15 de Outubro passado, o marco histórico do pianista
continua a acelerar. Seu trabalho passado foi consistentemente marcante, mas “Arborescence”
representa o verdadeiro divisor de águas da chegada de Parks a um grupo de
artistas, cujo futuro será mais brilhante com o passar dos anos.
Faixas:
Asleep in the Forest; Toward Awakening; Past Presence; Elsewhere; In Pursuit;
Squirrels; Branching; River Ways; A Curious Bloom; Reverie; Homestead.
Músico: Aaron Parks: piano.
Gravadora:
ECM Records
Estilo: Jazz Moderno
Para conhecer um pouco deste trabalho, assista ao vídeo
abaixo:
Fonte: JOHN
KELMAN (AllAboutJazz)
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