
Todos menos um dos sete volumes vêm do período de 1980-1982,
os últimos três anos da turbulenta vida de Art Pepper. Eles apresentam seus
trabalhos regulares em quarteto. O Vol. VIII vai mais para trás, para um
trabalho no festival de jazz em Saratoga, Califórnia, no dia 6 de Setembro, com
uma seção rítmica temporária ( o pianista Smith Dobson, Jim Nichols no baixo e
o baterista Brad Bilhorn).
A qualidade sonora na série Unreleased Art é um jogo de
dados. O Vol. VIII vem de uma fita monofônica de uma caixa de ressonância. É nebuloso. O alto
de Pepper está tão rarefeito e estridente, que às vezes soa como um saxofone de
brinquedo. Porém o som é adequado para
revelar como era o Pepper do meado dos anos 70, iniciando seu conclusivo retorno, o que foi diferente do Pepper
dos anos 80. Em 1976 ele apresenta sua monstruosa habilidade, mas menos devastadora.
Ele está um pouco menos selvagem, em uma área menos dissonante do sopro, à
parte do arrebatamento e furor, que é como ele tocou no fim de sua vida.
“Caravan” serpenteia e aderna, então se move para frente, mas
Pepper mantém o controle. “Straight Life” é, também, impossivelmente rápida, ainda
que clara. As baladas de Pepper são sempre exercícios existenciais. “Here’s
That Rainy Day” é deslumbrante, mas menos dolorida, que , digamos, “Goodbye” de
1980, no Vol. VI. Dobson, um fino pianista, agora totalmente esquecido, toca
delicadas contralinhas. Para um bis, Pepper realiza um erótico, lento e livre blues , uma forma sincera pertencente
a ele.
O Vol. VIII é o
mais técnicamente imperfeito, não purificado, de um inestimável olhar rápido dentro da vida de um grande
artista norte-americano.
Faixas:
Caravan; Ophelia; Here’s That Rainy Day; What Laurie Likes; Straight Life;
Saratoga Blues
Fonte:
Thomas Conrad (JazzTimes)
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