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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

FELIPE SALLES – DEPARTURE (Tapestry)

O paulista Felipe Salles mistura o visceral e o cerebral no seu fascinante quinto álbum, introduzindo modernismo clássico em melodias com ritmos leves do seu país natal, o Brasil. E isto não significa tudo. “Departure” abarca uma sólida e astuciosa configuração de blues (“B’s Blues”), charmosos sons serpenteantes  à la Bartók (“Béla’s Reflection”), mescla pastoral (“Adagio Triste” apresentando a flauta flutuante de Salles sobre cordas) e revigorante postbop em “Natural Selection”, a última faixa.

Suportado por uma banda tão mundana quanto ele, Salles também exibe um novo aliado, Randy Brecker, um veterano trompetista cuja entonação cáustica e lirismo indócil reluz na faixa título e “Natural Selection”. A acidez de Brecker e a encorpação de Salles, entonação mais aquecida no sax tenor provoca uma inusual e atrativa dinâmica sônica. Há uma qualidade cinemática para a provocação e estimulação métrica em “Seagull’s Island” e a abordagem de ritmos brasileiros e de New Orleans em “Maracatu D’Orleans”. Há uma óbvia educação escolar em  Salles na canção título “Béla’s Reflection” e em “Schoenberg’s Error”. Porém há pouco de acadêmico em “Departure”. Esta maleabilidade em um álbum refinado está no trabalho de um fino instrumentista e premiado compositor familiarizado com qualquer forma musical que experimenta. Mesmo nas baladas—“Adagio Triste” e na bem encorpada “Awaiting”, destacando-se o tenor de  Salles e o adorável piano de Nando Michelin— traz algo novo para o modelo.

         Faixas

1. Departure 8:54
2. Seagull's Island 9:05
3. Béla's Reflection 5:32
4. Maracatu D'orleans 8:39
5. Awaiting 4:56
6. B's Blues 8:31
7. Schoenberg's Error 8:07
8. . Adagio Triste 5:30
9. Natural Selection 8:22


Fonte: Carlo Wolff (JazzTimes)

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