
Não tem piano, mas não é sem acordes. Os três instrumentos
de sopro da linha de frente — Harrell, o saxofonista alto Jaleel Shaw e o
saxofonista tenor Wayne Escoffery— tocam em formação de um bloco de acordes
(“Seventy” ,“Nite Life”) e o par de baixos de Ugonna Okegwo e Esperanza
Spalding engrossam bem as harmonias. As canções de abertura são tangos; uma
música com Spalding cantando em português do Brasil (seu único vocal sem ser em
scat no disco)e a afrocaribenha “Phantasy in Latin”. Porém, não é efetivamente
jazz latino, exceto pela pegada do baterista Johnathan Blake em “Phantasy” , o
matiz espanhol é negligenciado e enfatizado só em “Family” que não tem
propósito latino.
Harrell alude uma “abertamente R&B” influência em seus revestimentos, e há vislumbres destes
(exceto a funkeada “Even If”, cujas
paráfrases pontes são de “Sir Duke” de Stevie
Wonder). Todavia, a música soa mais frequentemente com embalagem indie-rock de
laboratório estéreo, especialmente na mistura do canto sem palavras de Spalding
com os metais em “State” e “Goin’ Out”. Entre todos estes, há um pastiche de Ornette
Coleman em “Blues 2013”, salientado por uma maravilhosa seção contrapontual dos
dois baixos, um em cada canal à la free jazz.
Combinado, entretanto,
estes elementos formam um exótico, mas
uma inquestionável mistura melodiosa, uma espécie sonhadora de impressionismo que mais uma vez exibe as
brilhantes composições e desempenho de Harrell (seus solos em “Even If” e
“Walkway”, em particular, são extraordinários).” Colors of a Dream” deve causar
divergência, mas nunca desapontar.
Faixas
1 Tango 6:26
2 Velejar
(Sail Away) 7:01
3 Phantasy
in Latin 6:19
4 State 5:06
5 Seventy
3:18
6 Blues
2013
7 Nite
Life 5:16
8 Even
If 4:58
9 Walkway
6:43
10 Family
4:18
11 Goin'
Out 6:25
Fonte:
Michael J. West (JazzTimes)
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