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segunda-feira, 3 de março de 2014

HIROMI – MOVE (Telarc)

Para melhor ou para pior, Hiromi toca como um prodígio, colorindo as primeiras e segundas impressões do ouvinte em  neon com sua técnica deslumbrante. Compactos círculos de arpejos com uma força de temporal, ainda que a entonação encrespada da pianista nunca os transforme em mingau. Dinâmicas vibrações crescem e caem com uma intensidade fervilhante  e podem , abruptamente, tornar-se excêntricas. Refinamentos Euro-clássicos e amplitudes do rock ’n’ roll são tencionados para a improvisação a serviço do jazz. O enfoque é  ,assim, fragmentado, e seus efeitos são atordoantes —especialmente em concerto , onde esta pequena mulher japonesa assalta o marfim das teclas com um gosto ardente—  que é uma tentativa de despojar um entalhe para os truques.

Ainda mais distante que você for ao ouvir e aprender sobre a música de Hiromi, o mais profundo e coerente de sua reflexão aparece, e ela não tem nenhum compromisso com isto. Os arpejos, tremolos e mistura de gêneros prosseguem com turbulência em “Move”, o segundo disco com o seu Trio Project, composto especificamente para enfatizar a força dos seus dois companheiros, o contrabaixista-guitarrista Anthony Jackson e especialmente o baterista Simon Phillips. O tema é um cronológico dia na vida como mapeado pelas composições de Hiromi, que inclui uma suíte com três canções. Porém a proposta permanente para muitas destas  músicas parece ser o alongamento de um tensa lona que Hiromi e Phillips podem usar como um trampolim para fazer saltar as ideias de cada um , enquanto Jackson desdobra suas informações em andar inferior.

Phillips, cujo currículo inclui trabalhos com Judas Priest, the Who, Toto e outros roqueiros, suplanta o guitarrista de Hiromi em Sonicbloom , David Fiuczynski , como seu mais vigoroso realce. Porém “Move” não é todo de ressonantes tom-toms e arriscados teclados. Como quase em cada um dos seus nove lançamentos , Hiromi ponteia a mistura com poucos números mais fáceis para a mente e silencia os detratores que pensam que ela é nada mais que exibição  e atividade frenética.
“Brand New Day” é uma música habilmente calibrada em tempo médio com harmonias deslumbrantes; o encerramento “11:49 PM” prospera como uma recreação de um inventário emocional pré-sono e, propositadamente ou não, mergulhando no blues em uma canção chamada “Fantasy” , que ajusta sua alegre jornada contra a sua natureza.

Faixas: Move: Brand New Day; Endeavor; Rainmaker; Suite Escapism: Reality; Suite Escapism: Fantasy; Suite Escapism; In Between; Margarita!; 11:49 PM

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)


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