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domingo, 23 de março de 2014

ITHAMARA KOORAX – OPUS CLASSICO

Ao longo da carreira, Ithamara Koorax tem consistentemente exercitado um canto que aproxima-se do imortal. Ira Gitler, uma vez, excelentemente descreveu o canto de Koorax como de “celestial elegância”. Em “Opus Clássico”, a estupenda voz encontra material para medir forças: Vocal e melodias vocalizadas escritas por mestres da composição tais como Frederic Chopin, Claude Debussy, Sergie Rachmaninoff e Heitor Villa-Lobos, adorável e esplendidamente interpretadas pela assombrosa voz de Koorax atrelada ao pianista Filipe Bernardo e ao guitarrista Rodrigo Lima (que trabalharam com Koorax em “Arirang [2010, EMI]”).

Koorax explora a roupagem de seda de seu estilo baladeiro na sem folego "Iluminada/Balada en Sol Menor No. 1" uma mistura com a tessitura conjunta com o piano de Bernardo, soando sem emenda como se ele estivesse tocando e Koorax cantando continuamente. Lima espalha as notas da guitarra em um caminho com pétalas de ouro  em miniatura que chega a ser o guia do seu vocal através de "Prelúdio de Solidão/ Prelúdio No. 3."

Piano e  guitarra, conjuntamente,  pintam matizes suaves  de  "Adagio do 'Concierto de Aranjuez'" e então  mudam de direção para a condução mais excitante e brilhante e tempos mais rápidos com (quase flamenco) solos e floreios da guitarra de Lima, cuja sonoridade é apenas tão brilhante quanto a voz e canção que eles sustentam. A introdução do piano de Bernardo formula um deslumbrante e estruturado suporte para o vocal de Koorax  repousar sob  "The Lamp is Low/Pavane"; a frase "The lamp is low" flui assim densa e brilhantemente dos seus lábios e boca,  o último "s" de "is" funde-se na abertura de  "l" de "low", que se precipita em seu ouvido como um denso e vigoroso vinho da Borgonha.

Porém, o principal foi guardado para o final, um medley de oito minutos que inicia com "Stranger in Paradise", apresentando um poema  solo  executado pelo trombonista Raul DeSouza  e encerra com "My Reverie" de Debussy. A entonação e a enunciação de Koorax na linha de abertura de "Take my hand, I'm a stranger in paradise" inunda com magia e assombro, e ela avança através da performance que é plena de encanto e  raios lunares como a brilhante letra.

Em mãos menores ou visão, “Opus Classico” deverá soar como um  programa de um recital, um exercício acadêmico de bom gosto. Porém a imaculada produção de Arnaldo DeSouteiro (não árida) ajuda cada tecla do piano e corda da guitarra rodear uma infinita e bela progressão musical com a paixão de cada executante animando este material clássico com sangue, suor e lágrimas. Você deverá desejar permanecer perdido em algumas destas canções para sempre.

Faixas: Vocalise; Iluminada/Balada en Sol Menor No. 1; O Trenzinho do Caipira; Ária das Bachianas Brasileiras No. 5; Prelúdio de Solidão/ Prelúdio No. 3; Corpo e Luz/ Ária de ópera Tristão e Isolda; Adagio do 'Concierto de Aranjuez'; Pavane; The Lamp is Low/Pavane; As Pombas; Coração Triste; Modinha; O Canto do Pajé; Stranger in Paradise/Danças Polovtzianas/My Reverie.

Músicos: Ithamara Koorax: vocal; Rodrigo Lima: guitarra; Filipe Bernardo: piano; Raul de Souza: trombone.

Gravadora: Petrobras

Fonte: CHRIS M. SLAWECKI (All About Jazz)


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