“No End” foi gravado em 1986, porém ele soa mais antigo. O
projeto apresenta o ícone do piano solo
Keith Jarrett , ainda que não no piano solo. Em vez disto, ele toca uma “suite”
em 20 partes, multiplicando a si mesmo na guitarra elétrica, baixo Fender,
bateria, tabla e várias percussões— o piano faz uma aparição, acompanhando a
faixa “X”—por dois discos e mais de 90 minutos de monotonia de jams psicodélicas dos anos 60. Esqueça
um homem banda. Jarrett é um homem em
torno da bateria.
Há pouco mais que
isto aqui. Jarrett alega em suas notas que sua única premeditação para a música
foi o balanço; exclamações de pesar, variedade e direção parecem estar entre as
casualidades. “XVII”, por exemplo, consiste em dois pares alternados de acordes
de guitarra, cada um com completa entonação desassociada, breve conjunto de
notas simples (com o vago toque oriental que foi popular com as inclinações de Jerry
Garcia) entremeado, e a circularidade dos acordes da percussão por baixo. E, claro,
os grunhidos das vocalizações de Jarrett.
A diferença entre “XVII” e a maioria das outras peças é minima: Há
variações nos ritmos , acentos e subdivisões , mas um firme 4/4 permanece
onipresente (“XIV” inicia prometendo complexidade rítmica, mas caminha lenta e penosamente até o fim). Também,
“II” e “IV” têm linhas do baixo mais proeminentes; “XVI” usa linhas
contrapontuais da guitarra; e “XII” recoloca a batida da bateria com o colorido
moderado dos pratos (e o inflexível silvo da fita é enfatizada no álbum, sinal
do ano de 1986). “V” é uma notável
exceção, um toque caribenho anima com um canto dobrado. É uma restauradora
mudança, ela mesma não é menos monótona.
Talvez Jarrett tenha gravado “No End” como nostalgia dos
trabalhos realizados nas bandas de Charles
Lloyd e de Miles Davis, dias divertidos de trabalho hippie , que encontrou virtuosismo em jams sem propósito. Indiferentemente, é uma insignificância em sua majestosa
discografia.
Fonte: Michael J. West (JazzTimes)
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