Para os fãs mais casuais, a Bossa Nova é a contribuição
brasileira para a música. Porém, há mais que isto, e há o reconhecimento que a
popularização do som brasileiro começou nos Estados Unidos através do
saxofonista Stan Getz, atuando com João Gilberto  e Antônio Carlos Jobim  em “Getz/Gilberto (Verve Records, 1963)” e
com o guitarrista Charlie Byrd  em “Jazz
Samba (Verve Records, 1962)”. 
Indo mais profundo, e além do passado dos dias da Bossa
Nova, está o pianista Antônio Adolfo  em “Rio,
Choro, Jazz...”, para uma profunda exploração da musical seminal do Brasil
composta por Ernesto Nazareth (1863-1934). 
O Brasil, tanto quanto a América, tem sempre encorajado um conjunto
de estilos musicais. Ao final do século XIX, combinando as influências das
danças europeias, o ragtime Americano e ritmos da África, utilizando
instrumentos europeus tais como piano e uma variedade de violões, lima música
chamada Choro nasceu e Ernesto Nazareth foi um dos seus mais prolíficos e
populares compositores de Choro. 
Adolfo inicia o disco com sua única contribuição como
compositor,  a que dá o título ao álbum. Seu
piano e a guitarra de Claudio Spiewak  crescem para flutuar sobre a face da terra. O
ritmo do baixista Jorge Helder, do baterista Rafael Barata e do percussionista Marcos
Suzano são suaves ainda que insistente, enquanto a flauta de Marcelo Martin's
parece ser impulsionada com as nuvens. 
O restante do trabalho apresenta composições de Ernesto
Nazareth, abarcando  um período de tempo
de 1881 a 1912. Delicada flexibilidade melódica inoculada com energia rítmica
africana é a abordagem adotada. Como a Bossa nova que influenciou , o Choro tem
um certo comedimento e refinamento , e uma beleza sem restrição neste tratamento
jazzístico de Antônio Adolfo . 
Uma das canções iniciais de Nazareth interpretada aqui é
"Não Caio Noutra" I, que é uma ebuliente travessura ao modo do ragtime
de Scott Joplin , talvez a mais influenciada pela música americana. Do ano de
1912 vêm as canções "Fon-Fon" e  "Tenebroso". O padrão utilizado passeia
pelo samba, torna-se sério e divertido. A última tem um ritmo que apresenta a
influência de "In a Silent Way" de Miles Davis à mente com um doce e
lírico sax soprano ao lado de um cadenciado trabalho de piano. 
Esta música chamada Choro foi escrita há um século atrás ,
mas Antônio Adolfo a arranjou e a formatou dentro dos padrões do século XXI,
dando-lhe um moderno brilho e revelando novas faces de sua beleza.
Faixas: Rio, Choro, Jazz...; Feitico; Brejeiro; Fon-Fon;
Tenebroso; Não Caio Noutra; Coração Que Sente; Cuera; Nenê; Odeon.
 Músicos: Antônio
Adolfo: piano; Claudio Spiewak: guitarras; Jorge Helder: baixo; Marcelo
Martins: flauta, saxofone soprano; Rafael Barata: bateria, percussão; Marcos
Suzano: percussão.
 Gravadora: AAM Music
Fonte:  DAN MCCLENAGHAN (AllAboutJazz) 
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