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domingo, 13 de abril de 2014

ANTÔNIO ADOLFO – RIO , CHORO, JAZZ ... (2014)

Para os fãs mais casuais, a Bossa Nova é a contribuição brasileira para a música. Porém, há mais que isto, e há o reconhecimento que a popularização do som brasileiro começou nos Estados Unidos através do saxofonista Stan Getz, atuando com João Gilberto  e Antônio Carlos Jobim  em “Getz/Gilberto (Verve Records, 1963)” e com o guitarrista Charlie Byrd  em “Jazz Samba (Verve Records, 1962)”.

Indo mais profundo, e além do passado dos dias da Bossa Nova, está o pianista Antônio Adolfo  em “Rio, Choro, Jazz...”, para uma profunda exploração da musical seminal do Brasil composta por Ernesto Nazareth (1863-1934).

O Brasil, tanto quanto a América, tem sempre encorajado um conjunto de estilos musicais. Ao final do século XIX, combinando as influências das danças europeias, o ragtime Americano e ritmos da África, utilizando instrumentos europeus tais como piano e uma variedade de violões, lima música chamada Choro nasceu e Ernesto Nazareth foi um dos seus mais prolíficos e populares compositores de Choro.

Adolfo inicia o disco com sua única contribuição como compositor,  a que dá o título ao álbum. Seu piano e a guitarra de Claudio Spiewak  crescem para flutuar sobre a face da terra. O ritmo do baixista Jorge Helder, do baterista Rafael Barata e do percussionista Marcos Suzano são suaves ainda que insistente, enquanto a flauta de Marcelo Martin's parece ser impulsionada com as nuvens.

O restante do trabalho apresenta composições de Ernesto Nazareth, abarcando  um período de tempo de 1881 a 1912. Delicada flexibilidade melódica inoculada com energia rítmica africana é a abordagem adotada. Como a Bossa nova que influenciou , o Choro tem um certo comedimento e refinamento , e uma beleza sem restrição neste tratamento jazzístico de Antônio Adolfo .

Uma das canções iniciais de Nazareth interpretada aqui é "Não Caio Noutra" I, que é uma ebuliente travessura ao modo do ragtime de Scott Joplin , talvez a mais influenciada pela música americana. Do ano de 1912 vêm as canções "Fon-Fon" e  "Tenebroso". O padrão utilizado passeia pelo samba, torna-se sério e divertido. A última tem um ritmo que apresenta a influência de "In a Silent Way" de Miles Davis à mente com um doce e lírico sax soprano ao lado de um cadenciado trabalho de piano. 

Esta música chamada Choro foi escrita há um século atrás , mas Antônio Adolfo a arranjou e a formatou dentro dos padrões do século XXI, dando-lhe um moderno brilho e revelando novas faces de sua beleza.
   
Faixas: Rio, Choro, Jazz...; Feitico; Brejeiro; Fon-Fon; Tenebroso; Não Caio Noutra; Coração Que Sente; Cuera; Nenê; Odeon.

 Músicos: Antônio Adolfo: piano; Claudio Spiewak: guitarras; Jorge Helder: baixo; Marcelo Martins: flauta, saxofone soprano; Rafael Barata: bateria, percussão; Marcos Suzano: percussão.

 Gravadora: AAM Music


Fonte:  DAN MCCLENAGHAN (AllAboutJazz) 

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