David Weiss—o trompetista, arranjador e compositor residente
em Nova York— não toca suave. Ele adorna
o trabalho da melhor forma possível. Neste álbum, suas doze peças para big band
executa a música de ninguém menos que Wayne Shorter ao vivo no Dizzy’s Club Coca-Cola em Nova York. “Eu
considero Wayne um dos mais importantes compositores da história desta música e,
defensavelmente, é um dos maiores
compositores vivos que temos hoje no jazz”, Weiss diz no informe à imprensa (sem argumentos aqui). Após
conceituar o projeto, Weiss foi à luta e contratou os melhores músicos do
mundo para o trabalho. Há uma espetacular introdução na bateria em “Nellie Bly”
e, claro, é E.J. Strickland. Então, um solo de trombone pranteia. Oh ! é apenas
Steve Davis. Os ótimos solos de saxofone solos são cortesia de Ravi Coltrane em
“Fall”, Marcus Strickland em “Prometheus Unbound” e Tim Green em “Mr. Jin”. Quem é o tremendo trompetista em “Eva”?
. É, simplesmente, Jeremy Pelt. E quando um deslumbrante piano solo assoma em
uma composição de Weiss, “The Turning Gate”, é — alerta destruidor— a
fantástica Geri Allen. Porém o fator surpresa não conta a toda a estória aqui. Após
tudo isto, muitos desses astros unem-se para gerar uma centelha. Porém, os
trabalhos deste álbum soam bem porque Weiss é um primoroso arranjador e líder. A seção de trabalho é firme. As linguagens
dos acordes são joias perfeitas do jazz
. É o caso, quando um destes artistas de
primeira classe tocam suas partes, lendo as partituras e colocando a música à
frente na ocasião em que passam a ser o foco das atenções. A música de Wayne
Shorter arrebata você na batida lenta da faixa de abertura, “Nellie Bly”, uma
das primeiras composições de Shorter. É uma música gravada em 1959 com Wynton
Kelly e subsequentemente tocada quando ele era membro da Art Blakey and the Jazz Messengers. Esta versão suinga firme em
algum lugar do passado, e o grande baterista está sorrindo. Porém esta big band
não é apenas vigorosa. Minha faixa fovorita no disco é uma adorável
releitura da balada “Eva”, outra composição de Shorter no período com os Jazz
Messengers. Você sabe como este grupo pode rugir, mas em “Eva” aquele poder
murmura abaixo do incrível estilo e
contenção. Weiss exibe o quão é profundo conhecedor de Shorter com a sua
composição “The Turning Gate”, que se baseou em uma frase de cinco notas do clássico
de Shorter, “Joy Rider”. É um perfeito acréscimo a este trabalho e uma ajustada homenagem ao aniversário do Sr. Shorter,
já que ele chegou aos 80.
Faixas:
Nellie Bly; Fall; Mr. Jin; The Turning Gate; Eva; Prometheus Unbound
Músicos: David Weiss: Maestro & Trompete;
Tim Green: Sax Alto ; Marcus Strickland:
Saxes Tenor & Soprano ;Ravi Coltrane: Sax Tenor; Norbert Stachel: Sax Barítono &
Clarinete Baixo; Diego Urcola: Trompete; Jeremy Pelt: Trompete; Joe Fiedler:
Trombone; Steve Davis: Trombone; Geri Allen: - Piano; Dwayne Burno: - Baixo;
E.J. Strickland: Bateria.
Fonte:
FRANK ALKYER (DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário