
A bateria de Scott, aqui mais inquieta com o colorido e a
batida, é frequentemente contida nos ataques e nas combinações, um marcante
ponto de partida para suas pirotecnias com Terence Blanchard. A contenção é o
valor central em “Conviction”, sendo sua autoconsciência. Realmente, as duas
músicas com títulos mais estridentemente convictos, “We Shall Overcome by Any Means” e “Liberty or Death” são as duas mais suaves: o
curto solo padrão do baixista Joe
Sanders tem um volume quase imperceptível, a última uma encrespada meditação dominada
pelo baixo clarinete e pelo saxofone tenor de John Ellis.
O pianista Taylor Eigsti e o guitarrista Mike Moreno, entretanto,
na maioria das vezes refletem esta vibração intencionalmente indicada. Ambos
são capazes de grande energia, como demonstram em “Cycling Through Reality”,
mas aqui preferem a delicadeza, flutuando em linhas de notas simples,
frequentemente em parceria (“Conviction”, “Be Water”), que cria um efeito de
tranquilo fluxo e refluxo. Como se para comprovar o ponto, Eigsti encerra o álbum
com o solo “Memory of Enchantment” uma terna e carinhosa fantasia.
Apesar de tudo, a visão é de Scott, e tudo o mais é digno de
nota para manter a paixão. Mesmo em momentos como na brilhante valsa “Apollo” e no
esquema flamenco do violão de Alan Hampton e no relaxado vocal em “Serenity”,
estes se irradiam com genuína emoção, dando a falsa ideia de quietude e
revelando um artista completamente desenvolvido. É um magnífico empreendimento.
Faixas:
Pendulum; Too Much; I Have A Dream; We Shall By Any Means; Liberty Or Death;
Cycling Through Reality; Conviction; Apollo; Serenity; Be Water; Memory Of
Enchantment.
Músicos: Kendrick Scott: bateria; Mike Moreno:
guitarra; Taylor Eigsti: piano; John Ellis: saxofones; Joe Sanders: baixo; Alan
Hampton: vocal, guitarra (2, 9).
Fonte :
Michael J. West (JazzTimes)
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