
Blake não foi tão radical quanto Albert Ayler ou Burton
Greene, mas seu recital solo foi e é arrojado, apesar de diferentes razões. Como
Monk em seu disco solo “Thelonious Himself”, Blake não está temeroso em subverter
amados standards, e seu toque desenvolve-se
com uma impressionante atenção
meditativa. Ele amplifica “Lonely Woman” de Ornette Coleman tão distante do
tempo que a melodia se torna difícil de reconhecer. “On Green Dolphin Street” é
ameaçada por harmonias dissonantes
adicionadas ao tema normalmente delicado. Inversamente, “Sleepy Time Gal” inicia
com turbulência e sossega gradualmente, apesar de nunca perder um sentimento
ominoso.
As composições originais são igualmente desafiantes. “Vanguard”
começa a sessão com uma melodia vagamente estruturada feita efetiva pela sua
brevidade e lirismo. “Birmingham, U.S.A.” e “Sister Tee” alteram os movimentos do tempo frequentemente –
trovejante minuto, tocando um lento blues
no próximo. Dinâmicas mudanças como estas são, assim, frequentemente
comoventes, e é duro diferenciar as pausas no meio das músicas das paradas
entre as faixas.
Este relançamento inclui as notas originais do álbum
escritas por Gunther Schuller, que comenta sobre a mistura do jazz de Blake, “música
popular” e estilos clássicos. Em retrospecto, o pianista estava provavelmente
ainda tentando testar o melhor modelo para utilizar todos estes recursos. Assim,
“Plays Solo Piano” estabelece-se como uma insinuante sessão, e sua digitalização revela sutis cores
obscurecidas pelos estalidos da gravação analógica.
Faixas:
Vanguard; Stratusphunk; Sleepy Time Gal; On Green Dolphin Street; Eric;
There’ll Be Some Changes Made; Good Morning Heartache; Sister Tee; Lonely
Woman; Birmingham U.S.A..
Fonte :
Mike Shanley (JazzTimes)
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