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segunda-feira, 7 de abril de 2014

VIJAY IYER – MUTATIONS (ECM Records)

Este álbum chega com altas expectativas . Vijay Iyer está entre os mais condecorados músicos de sua geração. Ele ganha em diversas listas eleitorais do jazz,tem uma cadeira na universidade e  bolsa de estudos da MacArthur Fellowships. “Mutations” é sua estreia na ECM, um selo conhecido por trazer adiantados níveis novos de criatividade dos artistas.

Porém “Mutations” é um grande desapontamento. O problema está nas composições de Iyer para cordas. Há uma suíte em dez partes para quarteto de cordas, piano e eletrônica. A suíte é impressionante pela falta de conteúdo estético emocional que leva a maioria das pessoas ouvirem música. Qualidades tais como descoberta lírica, execução melódica e compromisso rítmico estão ausentes.

Na nota para o disco, Iyer explana seu conceito: “Um processo de mutação comanda cada um dos 10 episódios da suíte. Em algumas seções, variações em instante ou flutuações em uma figura recorrente  enfim evocada numa transformação estrutural .…” Se isto soa agradável para você,  é porque é parte de certa audiência de ouvintes experimentados (incluindo muitos críticos de jazz ) que são fascinados pelas estranhezas das presunções de  Iyer, e pelos postulados complexos de problemas e suas resoluções em modos imprevisíveis.

Porém a erudição não é o mesmo que beleza. Na maioria das peças as cordas traçam modelo geométrico de austeridade inflexível.  Irrestrito, moderadamente cáusticas dissonâncias que irritam os nervos. Alguns movimentos são completamente difíceis de escutar. “II: Rise” é uma lamúria em quase três minutos, na qual os instrumentos de cordas individualmente  introduzem-se com  inquietudes e estremecimentos. Em “IX: Descent” um obsessivo e repetitivo violino serra, você espera em vão por  “variações ” que  “induzirá uma transformação estrutural”.

Há quatro faixas para piano. O último movimento da suíte (“X: Time”) e três peças autônomas são tranquilas e lentas. Elas são todas composições de Iyer, mas elas soam como meditações espontâneas.  Elas criam atmosferas enlevadas e  claustral , e providenciam os melhores momentos no sincero , mas falho, experimento de “Mutations”.


Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)

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