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sexta-feira, 23 de maio de 2014

AMBROSE AKINMUSIRE - the imagined savior is far easier to paint (Blue Note Records)

Autoconfiança  espreita no piano e o trompete suaviza para o imaginado início salvador, que  está  distante de ser mais fácil de pintar. Tudo que está ausente são os famosos cinco segundos de silêncio. Ao fim do álbum, entretanto, está  revelado um candidato para o melhor de 2014.

Imperturbavelmente artístico, o terceiro álbum do trompetista Ambrose Akinmusire em sua terceira gravação como compositor. Ele, tampouco, toca em segurança.  As 12 composições aqui (mais uma escrita por Becca Stevens) são peças complexas: múltiplas seções, métricas complicadas, uma ausência de temas ou formas convencionais. “Vartha”, por exemplo, inicialmente parece construída em um suave acompanhamento improvisado em 3/4 pelo guitarrista Charles Altura, pelo baixista Harish Raghavan e pelo baterista Justin Brown, com o pianista Sam Harris, às vezes, unindo-se a eles. A entrada de Akinmusire demole a pegada, então restaura-a apenas alongando-a o bastante para modular em uma nova tonalidade , antes de demoli-la novamente. Outra, “Bubbles (sublocada dejohn william )”, é uma linear e completa música para a banda que confunde a tentativa de computar a métrica , ocupa (entre apresentação e reprise) quatro minutos de três faixas. Provavelmente, não se transformarão em standards, apesar desta peças, exitosamente, transmitir profunda emoção no trompete de Akinmusire.

 E não há erro: Trompete é o chamariz, sereno ou não. Em adição ao sexteto de  Akinmusire (que também inclui o saxofonista tenor Walter Smith III), o imaginado salvador belamente apresenta o OSSO String Quartet; flautista Ellen Penderhughes e a vocalista e letrista Becca Stevens (“Our Basement [ed]”), Theo Bleckmann (“Asiam [joan]”) e  Cold Specks (“Ceaseless Inexhaustible Child [cyntoia brown]”)—mais a jovem Muna Blake, que aparece para recitar uma sofrida lista de penetrantes exortações de vítimas do racismo (“Rollcall for Those Absent”). Ainda, ao longo do trabalho, o agudo, claro e lamentoso instrumento do líder  penetra e golpeia a banda. Deve carregar um pouco mais do peso de sua ambição, mas “the imagined savior is far easier to paint” é um maravilhoso e tocante álbum.

Faixas: Marie Christie; As We Fight (willie penrose); Our Basement (ed); Vartha; Memo (g. learson); The Beauty of Dissolving Portraits; Asiam (joan); Bubbles; Ceaseless Inexhaustible Child (cyntoia brown); Rollcall for Those Absent; J.E. Nilmah (Ecclesiastes 6:10); inflatedbyspinning; Richard (conduit).

Músicos: Ambrose Akinmusire: trompete, Juno Keyboard; Walter Smith: sax  tenor; Sam Harris: piano, Mellowtron; Harish Raghavan: baixo; Justin Brown: bateria; Charles Altura: guitarra (2, 4, 5, 8, 11) ; Becca Stevens: vocal (3); Maria Im: violino (3, 6, 12); Brooke Quiggens Saulnier: violino (3, 6, 12); Kallie Ciechomsky: viola (3, 6, 12); Maria Bella Jeffers: cello (3, 6, 12); Elena Penderhughes: flauta (6); Theo Bleckmann: vocal + efeitos (7); Al Spx: vocal (9); Muna Blake: leitura (10).

Fonte: Michael J. West (JazzTimes)


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