O saxofonista tenor JD Allen soa diferente em “Grace”— menos muscular,
mais introspectivo. Porém, embora ele não esteja tão agressivo quanto ele tem
sido nos seus últimos álbuns, ele está tocando com muita confiança. Após quatro
discos com a formação em trio (sax-baixo-bateria), ele adicionou um pianista—não
menos que Eldar Djangirov— ao grupo. Ele está tocando de forma um pouco mais extensa.
Considerando que ele manteve a maioria das suas performances abaixo dos quatro
minutos em seus álbuns anteriores, em “Grace” ele deixa a banda se espalhar por
mais de cinco minutos na maioria das
faixas.
Isto não significa que ele abandonou sua teoria sobre a parcimônia
no jazz. Menos ainda é mais com Allen. Ele tocará duas notas onde outros
músicos tocarão quatro, e ele acomoda-se
de forma plenamente apropriada para ouvir as meditações de Djangirov . Porém, Allen tem algo mais em sua mente do que
canções em “Grace”, e isto é explicado nas meticulosas notas para o disco
escritas por David Michael Greenbergs: Este projeto conta uma estória, em dois
atos, uma narrativa construída em torno de uma jornada humana. Porém, estando
cônscio de que não é essencial para desfrutar a música.
E a música é transcendente. Temas são ampliados mais do que fixados.
A estrutura é livre. Os
músicos têm liberdade das rédeas e vão aonde seus solos os levam. Canções como “Detroit”
e “Luke Sky Walker” são prazeirosas sem se conformar com as noções tradicionais
da melodia. Em “Pole Star” não está imediatamente claro o que Allen está
fazendo: é aquele um solo imediato sem
tema ? É tudo isto? . É aquilo uma linha do baixo ou é Dezron Douglas solando também?. Aqui vem um
solo de bateria de Jonathan Barbe. Não, espere a canção acabou. Allen apenas vai
seguindo em “Papillon 1973” com um solo divertido, que começa construir tensão,
quando repentinamente ele para e permite a decolagem de Djangirov . A balada “Selah (My Refuge)” por
outro lado, não tem um tema facilmente discernível, e convida o intercâmbio entre
sax e piano que deve ser o mais belo díalogo que você ouviu em 2013. Música após
música, Allen nos mantém conjecturando nas pontas dos pés. Uma coisa nós
sabemos: sua ilusoriamente complexa música a mantém mais e mais interessante.
Faixas
2 Load
Star 5:03
3
Chagall 5:49
4 Luke
Sky Walker 5:40
5 Grace 5:07
6
Detroit 3:06
7 Cross
Damon 6:11
8 Pole
Star 3:36
9
Papillion 1973 5:23
10 Selah (My Refuge) 5:59
11 Little Dipper 5:03
Para melhor conhecer este trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
Fonte:
Steve Greenlee (JazzTimes)
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