playlist Music

terça-feira, 6 de maio de 2014

JD ALLEN – GRACE (Savant)

O saxofonista tenor  JD Allen soa diferente em “Grace”— menos muscular, mais introspectivo. Porém, embora ele não esteja tão agressivo quanto ele tem sido nos seus últimos álbuns, ele está tocando com muita confiança. Após quatro discos com a formação em trio (sax-baixo-bateria), ele adicionou um pianista—não menos que Eldar Djangirov— ao grupo. Ele está tocando de forma um pouco mais extensa. Considerando que ele manteve a maioria das suas performances abaixo dos quatro minutos em seus álbuns anteriores, em “Grace” ele deixa a banda se espalhar por mais de cinco minutos  na maioria das faixas.

Isto não significa que ele abandonou sua teoria sobre a parcimônia no jazz. Menos ainda é mais com Allen. Ele tocará duas notas onde outros músicos tocarão quatro,  e ele acomoda-se de forma plenamente apropriada para ouvir as  meditações de Djangirov . Porém,  Allen tem algo mais em sua mente do que canções em “Grace”, e isto é explicado nas meticulosas notas para o disco escritas por David Michael Greenbergs: Este projeto conta uma estória, em dois atos, uma narrativa construída em torno de uma jornada humana. Porém, estando cônscio de que não é essencial para desfrutar a música.

E a música é transcendente. Temas são ampliados mais do que fixados. A estrutura é livre. Os músicos têm liberdade das rédeas e vão aonde seus solos os levam. Canções como “Detroit” e “Luke Sky Walker” são prazeirosas sem se conformar com as noções tradicionais da melodia. Em “Pole Star” não está imediatamente claro o que Allen está fazendo:  é aquele um solo imediato sem tema ? É tudo isto? . É aquilo uma linha do baixo ou é  Dezron Douglas solando também?. Aqui vem um solo de bateria de Jonathan Barbe. Não,  espere a canção acabou. Allen apenas vai seguindo em “Papillon 1973” com um solo divertido, que começa construir tensão, quando repentinamente ele para e permite a decolagem de  Djangirov . A balada “Selah (My Refuge)” por outro lado, não tem um tema facilmente discernível, e convida o intercâmbio entre sax e piano que deve ser o mais belo díalogo que você ouviu em 2013. Música após música, Allen nos mantém conjecturando nas pontas dos pés. Uma coisa nós sabemos: sua ilusoriamente complexa música a mantém mais e mais interessante.

        Faixas

1 Mass 5:14 
2 Load Star  5:03 
3 Chagall 5:49   
4 Luke Sky Walker 5:40 
5 Grace 5:07 
6 Detroit 3:06 
7 Cross Damon 6:11 
8 Pole Star 3:36 
9 Papillion 1973 5:23   
10 Selah (My Refuge) 5:59 
11 Little Dipper  5:03

Para melhor conhecer este trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)


Nenhum comentário: