Antes de concretizar seu projeto mercadológico de
urbanização do baião com o parceiro Humberto Teixeira, em meados dos anos 40,
Luiz Gonzaga (1912-1989) gravava como acordeonista temas próprios e alheios. O sucesso ciclópico
de Baião, Asa Branca, Paraíba, Qui Nem Jiló, Juazeiro e outras tantas seguintes ofuscou a decolagem instrumental
eclética do retirante pernambucano. Cem
Gonzaga joga luz sobre esse
repertório sob curiosas particularidades. Pianista de formação, da pequena
Rafael Godeiro, Rio Grande do Norte, Luiz, o Lulinha, Alencar é parente
distante da família da mãe de Gonzaga. Passou a se dedicar ao instrumento em
1999, mas o faz com maestria nos solos das 15 faixas do disco. Duas são de de
sua autoria, a do título e O Meu Último
São João, em que tocou ao lado de outro ídolo, Dominguinhos, de quem
capturou o improviso nos meandros de Sanfonizador.
Lulinha dribla o clichê forrozeiro mesmo quando recria o primeiro chamego Vira e Mexe ou as arremetidas da esquiva
Araponga.
Fonte: Tárik de Souza (CartaCapital)
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