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domingo, 18 de maio de 2014

RUFUS REID – QUIET PRIDE (2014)

A beleza da arte é frequentemente mais atraente do que a sua consecução. A arte deve ganhar vida na mente dos artistas, mas frequentemente é floreada quando a tinta seca, o cinzel  está quieto, a poeira assentada ou a pincelada final foi aplicada. Neste ponto, a preparação termina e a consumação inicia. Criação que começa para estimular e uma inspiração concisa, que cria um laço, é iniciada. Este projeto é a perfeita representação deste ideal.

O  mais ambicioso projeto do baixista Rufus Reid para este encontro nasceu do seu amor pelas esculturas de Elizabeth Catlett, uma talentosa artista afro-americana e ativista dos direitos civis. O trabalho de Catlett provocou algo profundo dentro de Reid, assim ele se sentiu atraído em capturar ou refletir o significado da escultura dela através da música.  

A suíte em quatro movimentos que brotam,  apresentada por uma volumosa big band, venceu o Raymond and Beverly Sackler Composition Competition Prize e teve sua estreia em 2006. Posteriormente, Reid adicionou um quinto movimento —"Tapestry In The Sky". Desde sua conclusão, a versão expandida da suíte tem sido apresentada como parte de uma apresentação multimídia em várias faculdades, com o trabalho de Catlett e o documentário Betty And Pancho, que enfoca a vida de Catlett e do seu marido, sendo exibidos em sequência.

A suíte quando tomada como um todo é um estudo de contrastes. Refinados  e nobres pensamentos, episódios mundanos, sugestões opressivas e  agourentas e noções graciosas assomam uma vez ou outra. Uma plenitude de poderosos instrumentistas ficam sob os refletores, mas a real magia tem menos a fazer com as personalidades individuais do que com o meio com o qual Reid costura o compartilhamento desta música. Certo, porém mais pode ser dito sobre o pungente trabalho da guitarra de Vic Juris, o mutável e hipnótico vocal de Charenee Wade , o trabalho além de qualquer categoria de Ingrid Jensen  e as contribuições de numerosos outros, mas o melhor é o foco no trabalho em si.

Nesta música, o esquema polido de câmara pode dar um sentimento de incerteza que, por um lado, pode combinar com o suingue. O foco passa do textural ao rítmico, do segundo plano para o primeiro e do sutil para o óbvio. A música é mutável e multifacetada, mas isto não é realmente surpreendente . Esculturas podem tomar diferentes significados, quando vistas de diferentes ângulos, assim com a música acontece o mesmo.

“Quiet Pride” expressa-se com dignidade, classe, curiosidade e ingenuidade. Estabelece dignidade e fala com expressão sobre a paixão que a arte pode trazer para a arte. 

Faixas: Prelude To Recognition; Recognition; Mother And Child; Tepstry In The Sky; Singing Head; Glory.

Músicos: Rufus Reid: baixo; Steve Allee: piano; Herlin RIley: bateria; Vic Juris: guitarra; Dennis Mackrel: maestro; Tanya Darby: trompete; Tim Hagans: trompete; Ingrid Jensen: trompete; Freddie Hendrix: trompete; Michael Dease: trombone; Jason Jackson: trombone; Ryan Keberle: trombone; Dave Taylor: trombone; John Clark: French horn; Vincent Chancey: French horn; Steve Wilson: saxofones alto  e soprano, flauta, clarinete; Erica Von Kleist: saxofone alto, flauta, clarinete; Scott Robinson: saxofone tenor , clarinete; Tom Christensen: saxofone tenor, clarinete; Carl Maraghi: saxofone barítono , clarinete baixo; Charenee Wade: vocal.

Gravadora: Motema Music

Estilo: Straight-ahead/Mainstream

Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

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