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sábado, 17 de maio de 2014

TRAVIS SULLIVAN’S BJöRKESTRA - I GO HUMBLE (Zoho)

A vocalista islandesa Björk faz uma música pop sobrenatural. É invulgar e emocional e corre riscos. Assim faz pouco senso arranjar aqueles sons para big  band. A big band, por necessidade, é uma das mais seguras empreendedoras no jazz. Com muitos instrumentistas envolvidos, os arranjos geralmente necessitam  estar solidificados e estruturados. Há pouco espaço para erro e abandono. Assim trazendo-os para terreno firme, o decano saxofonista Travis Sullivan com a Björkestra , através  de  13 desnuda canções de Björk , torna-os especiais.  No segundo álbum ao vivo da banda, “I Go Humble”, por exemplo, com suporte de cordas, a eletrônica mínima de “Venus as a Boy” é transposta para um elegante suíngue. Aquilo mal parece como uma atualização. Em música, alguém poderia buscar emoldurá-la, não levá-la a alçar voo.

 Assim as passagens mais bem sucedidas em “Humble” são aquelas com menor número de pessoas tocando. Os primeiros três minutos da faixa título, exercitados apenas pelo afiado piano elétrico de Art Hirahara, o viscoso baixo elétrico de Yoshi Waki, a bateria travessa de Joe Abbatantuono e o competente mais restrito vocal de Becca Stevens, são de excelente qualidade sem instrumentos de sopro. “Unravel” coloca o vocal de Stevens contra um emocional  pano de fundo com piano e laptop. Isto é muito a vocação de Björk. “Isobel”  trazida à vida apenas por piano, baixo, bateria e dois  saxofones, está focada e intimista. É muito bom. Na maioria das vezes, a música de Björk é simples e retraída. Não convida para reimaginações em  big-band . Talvez um quinteto fosse o melhor caminho.

Faixas: Hyperballad; Venus As A Boy; Hunter; I Go Humble; Isobel; Army Of Me; Unravel; Joga.

Músicos: Travis Sullivan: saxofone  alto; Becca Stevens: vocal; Ian Cook: programação de laptop; Sean Nowell: saxofone tenor; Lauren Sevian: saxofone barítono; Ryan Keberle: trombone; Alan Ferber: trombone; Kevin Bryar: trompete; Eli Asher: trompete; Kelly Pratt: trompete; Art Hirahara: piano; Yoshi Waki: baixo; Joe Abbatantuono: bateria.


Fonte: Brad Farberman (JazzTimes)

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